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A particularidade da eleição em Maracanaú
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Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)

A particularidade da eleição em Maracanaú

Se o slogan da campanha de Roberto Pessoa sugere um "Maracanaú sempre forte", podemos entender por esses mecanismos como se manter "forte" no poder. Dos 16 partidos que estão nesta eleição, 10 estão com ele
Tipo Opinião
Emanuel Freitas da Silva. Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece). Presidente do Núcleo de Acompanhamento da Política de Cotas Raciais (NUAPCR). (Foto: opovo mais)
Foto: opovo mais Emanuel Freitas da Silva. Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece). Presidente do Núcleo de Acompanhamento da Política de Cotas Raciais (NUAPCR).

Chegados à última semana de campanha eleitoral é o momento de elaborarmos um balanço do que foi observado até aqui, sem romantismos quanto à "festa da democracia". É que custa falar em "democracia" quando se tem um processo eleitoral em que inexiste absolutamente propostas políticas com condições de disputar e chegar ao poder, levando eleitores a encenar um jogo em que o resultado eleitoral já é pré-conhecido, por inexistir competitividade. Esse parece ser o caso de Maracanaú.

O atual prefeito Roberto Pessoa (UNIÃO), que busca sua segunda reeleição e a manutenção de sua hegemonia (já totalizando duas décadas comandando a cidade), disputa a eleição (ou referendo?) com uma ampla aliança de 10 partidos, tendo como vice o PT onde está seu ex-opositor Julio César Filho.

Se o esvaziamento da oposição deu a tônica para a formação da aliança pela qual disputa na fase pré-eleitoral, ela seguiu operando durante a campanha ao trazer para si candidatos e lideranças que marchavam com o deputado Lucinildo Frota (PDT), cuja coligação tem apenas com 4 partidos. Vários são os relatos, inclusive do próprio deputado, de defecções operadas em sua campanha pela atual gestão, dando mostras de uma campanha esvaziada.

A deputada Silvana Pereira (PL), em chapa pura e sem coligação, conseguiu reunir apoios de nomes importantes do bolsonarismo nacional e local, duelando com o imaginário antipetista e mostrando certa nos eventos de rua, com destaque para carreatas. Minha impressão é que o QG da campanha demorou muito para apostar numa certa disputa na cidade, ainda que "para perder ganhando". Contudo, deu mostras de força política, sobretudo entre evangélicos, a ser utilizada nas próximas eleições.

Se o slogan da campanha de Pessoa sugere um "Maracanaú sempre forte", podemos entender por esses mecanismos como se manter "forte" no poder.  Dos 16 partidos que estão nesta eleição, 10 estão com ele, e um, o PDT, segue com defecções a seu favor. A cidade sai dessa eleição como uma hegemonia fechada por meio de eleições.

Ao fim e ao cabo, enquanto o atual prefeito caminha "livre" para o que pode ser sua segunda reeleição, os dois concorrentes duelam pelo segundo lugar em buscas de visibilidade política para os próximos anos.

 

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