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O êxito da robertocracia em Maracanaú
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Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)

O êxito da robertocracia em Maracanaú

Quando olhamos a composição da Câmara Municipal observamos o poder da máquina da prefeitura e da robertocracia: das 21 vagas apenas uma ficou com partido que não estava coligado oficialmente com Pessoa
Tipo Opinião
FORTALEZA-CE, BRASIL, 06-10-2024: O candidato eleito Roberto Pessoa vota em Maracanaú. (Foto: Mariana Parente/Especial para O Povo)  (Foto: MARIANA PARENTE/ESPECIAL PARA O POVO)
Foto: MARIANA PARENTE/ESPECIAL PARA O POVO FORTALEZA-CE, BRASIL, 06-10-2024: O candidato eleito Roberto Pessoa vota em Maracanaú. (Foto: Mariana Parente/Especial para O Povo)

Contados os votos depositados nas urnas no último dia 6 de outubro, os resultados da intensa mobilização do prefeito Roberto Pessoa para esvaziar as candidaturas rivais, com destaque para a do deputado estadual e "ex"-aliado Lucinildo Frota (PDT), pode-se vislumbrar a dimensão do poderio de Pessoa na cidade, mas também as possibilidades de uma proposta de oposição em estado latente a esperar um nome digno de capitanear a empreitada para além do momento eleitoral.

Roberto Pessoa foi reeleito com 63% dos votos, o que significa 86.976 eleitores, número um pouco maior do que ele mesmo obteve em 2020 (66% dos votos, ou 78.859), menor do que obteve em sua primeira reeleição, em 2008 (88%, ou 87.901 votos) e ligeiramente maior do que o total de votos transferidos a Firmo Camurça em 2012 (73% ou 86.432).

A oposição, por sua vez, fez um resultado expressivo: Dra Silvana (PL) cravou 25% dos votos, ou 34.279 eleitores; Lunicildo (PDT) obteve um total de 15.458 (11%) e Professor Ernesto pouco mais de 1%. Se comparamos com 2020, a oposição ali amealhou pouco mais de 31%.

Quando olhamos para a composição da Câmara Municipal, contudo, observamos o poder da máquina da prefeitura e da robertocracia: das 21 vagas apenas 01 ficou com um partido que não estava coligado oficialmente com Pessoa (o Podemos), mas o ocupante é um aliado histórico do prefeito: Dr Patriarca. Então, o prefeito terá unanimidade total no Poder Legislativo, inclusive com seu ex-opositor Julio César, que já governou a cidade.

Se as candidaturas de Silvana e Lucinildo, somadas, dão mostras de um certo flanco de oposição a se explorar, dado o desgaste da longa temporalidade do grupo no poder, o mesmo não se deixa ver na votação para o Legislativo de nomes que não estiveram ligados ao governo local: para ficarmos nos exemplos de PL e PDT vemos, apenas, 4.565 e 3.855 votos em candidatos dos partidos, respectivamente. Nomes importantes que disputavam a reeleição, como Pastor Neto (PL), foram derrotados pela máquina, ficando de fora do jogo.

Assim sendo, com opositores sem nome de destaque na Câmara Municipal, de onde se poderia fazer oposição, de que recursos e vozes disporá a oposição para fazer frente à robertocracia, que se espraiou para Pacatuba e poderá assentar-se também na Câmara de Fortaleza? n

 

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