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Sinais políticos na eleição de Fortaleza
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Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)

Sinais políticos na eleição de Fortaleza

Além de não ter repetido o feito de 2022, levando seu candidato à vitória ainda no 1º turno, Camilo ainda viu-se na obrigação de empenhar-se diuturnamente numa campanha conduzida com alta competitividade pelo adversário até o último voto contabilizado
Emanuel Freitas da Silva. Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece). Presidente do Núcleo de Acompanhamento da Política de Cotas Raciais (NUAPCR). (Foto: opovo mais)
Foto: opovo mais Emanuel Freitas da Silva. Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece). Presidente do Núcleo de Acompanhamento da Política de Cotas Raciais (NUAPCR).

Uma disputa acirrada que entrará para a história política não apenas da cidade de Fortaleza, mas para a a história política nacional. Com números que expressaram exatamente aquilo que os institutos de pesquisa eleitoral apontavam na véspera da eleição, e durante todo o segundo turno, a disputa em Fortaleza foi decidida voto a voto.

Uma cidade cindida ao meio, em termos políticos. Polarizada, como se costuma dizer. Uma versão local daquilo que foi  eleição de 2022.

Dois sinais me parecem ser importantes de se observar atentamente, dados neste domingo.

O primeiro deles diz respeito a um dos modos pelos quais podemos olhar a eleição de Evandro Leitão (PT) é observá-la como uma disputa não entre ele e André Fernandes (PL), mas entre este e aqueles que foram mobilizados intensamente como patronos do petista, especialmente Lula e Camilo. Nos momentos iniciais do segundo turno, ainda ali na noite do resultado do dia 6, foi Camilo quem protagonizou os primeiros ataques ao adversário do PL. Durante todo o segundo turno, era como membro do "time do Lula e do Camilo" que Evandro se apresentava.

Do outro lado, André não se apresentou como membro de grupo nenhum, embora saibamos bem com que ele é identificado, que "time" ele acompanha.

Com Evandro estava parte do grupo que venceu a eleição de 2020 e que em 2022 venceu na cidade a disputa presidencial, mas perdeu a briga pelo governo, uma vez que Wagner, e não Elmano, foi o vencedor.

Assim, como cada eleição é um sinal para aquela que virá, me parece que o resultado de ontem é um claro sinal de alerta para Camilo Santana, quase derrotado pelo deputado federal do PL. Além de não ter repetido o feito de 2022, levando seu candidato à vitória ainda no primeiro turno, Camilo ainda viu-se na obrigação de empenhar-se diuturnamente numa campanha conduzida com alta competitividade de seu adversário até o último voto contabilizado.

Outro sinal importante é a performatividade moderada de André, que não questionou o resultado, pediu que seus apoiadores não entrassem em brigas, prometeu continuar a percorrer as ruas da cidade e incitou à mobilização permanente "pelo Ceará". Em outras palavras, manterá sua evidência política no estado. Sua experiência foi exitosa, o que deve acender alerta no grupo governista, que dependerá em grande medida do desempenho de Evandro para garantir a recondução de Elmano ao Palácio da Abolição. n

 

Foto do Emanuel Freitas da Silva

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