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Crônica do mesmo que se repete, e se repetirá
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Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)

Crônica do mesmo que se repete, e se repetirá

Vereadores recém-eleitos e eleitos fazendo filas no Legislativo, no primeiro dia útil do ano, "madrugando" para protocolar "projetos" e "requerimentos", muitos deles meros blá-blá-blá populistas de ocasião
Emanuel Freitas da Silva. Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece). Presidente do Núcleo de Acompanhamento da Política de Cotas Raciais (NUAPCR). (Foto: opovo mais)
Foto: opovo mais Emanuel Freitas da Silva. Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece). Presidente do Núcleo de Acompanhamento da Política de Cotas Raciais (NUAPCR).

Janeiro, ano 2025, prefeitos e prefeitas empossados/as Brasil afora, assim como vereadores/as. Muita novidade e quase nenhuma. Alegações/acusações de cofres esvaziados, parentes de políticos devidamente contemplados com cargos e mandatos. Políticos e seus parentes nomeados como “técnicos” que renovarão a vida dos cidadãos. Muitas secretarias para os muito aliados – às vezes, mesmo opositores declarados, e que não se arrependem se o serem, ganham cargos! O grande aliado, o eleitor, sempre fica de fora.

Gestores nas ruas emulando muito trabalhar. Ou comendo o que julgam ser o menu do povo. Vereadores recém-eleitos e eleitos fazendo filas no Legislativo, no primeiro dia útil do ano, “madrugando” para protocolar “projetos” e “requerimentos”, muitos deles meros blá-blá-blá populistas de ocasião, criando gastos sem dizer de onde virão os recursos.

O ato confortável de “madrugar”, protegidos que estão por seguranças bem armados e vigilância eletrônica, e conduzidos por automóveis com seguros e travas elétricas, nem de longe lembram a “madrugação” do povo real, exposto à sempre crescente onda de violência do estado e que, “nas carrera”, sai de casa para não perder o ônibus.

Tudo em nome do like, da viralização, do “compartilhe aí”, “repasse esse vídeo”. Em dois de janeiro já dava pra saber do que a cidade precisava, era?

Fim de taxas, começo de taxas. Problemas herdados da gestão anterior já apresentados ao eleitor-consumidor-de-reels como obra e graça da atual gestão. Like. Viralização. Engajamento.

Salários reajustados, mas para “eles”. Cortes e mais cortes do lado de “cá” do balcão. Ampliação da tal “transição” para a aposentadoria. Janeiro e suas notícias da “vida real”. É que, dentre outras coisas, passaram-se os shows de réveillon e os desejos de “novo”! O “novo” já se foi: eis que tudo se refaz de velho!

Não demorará muito e, em poucos meses, ter-se-á mais uma rodada de “renovação”: é que muitos dos nomeados, “técnicos” que eram, terão de deixar os cargos ora ocupados para se lançar ao escrutínio do eleitor – como poderiam deixar passar o capital acumulado no cargo? Serão, em poucos meses, “candidatos”. Tudo como manda o figurino do “mesmo”.


Para que mudar as coisas? Bom mesmo é ser “como nossos pais”.

Foto do Emanuel Freitas da Silva

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