Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
Nikolas Ferreira (PL-MG), “filho espiritual do bolsonarismo” (como o definiu um jornal francês), é um político gerado na gramática das redes. Tudo o que faz/publica parece ter um objetivo: viralizar. Além de lhe conferir popularidade política e digital, os vídeos “monetizam”. Depois do exitoso vídeo em que desafiava o governo Lula no episódio do “pix”, foi a vez de um outro circular Brasil a fora.
Nele, vê-se uma narrativa cujo objetivo é interpelar Nikolas como um “escolhido”: um “convite muito especial” e “improvável” lhe é entregue por uma “reverenda” – estar no baile da posse de Donald Trump; o deputado responde afirmando suas origens humildes como credenciais da “improbabilidade” do convite recebido, pois nunca imaginara “estar entre os grandes” – ele, Nikolas, “tão pequeno”, mas fiel de um deus, “tão grande”; ao que a reverenda responde que “os planos de Deus são muito grandes” para o deputado mineiro – como “promoção do senhor”, diz ela, já que ele “colocou o seu nome em jogo pelo país”, “deus vai honrar” Nikolas e “salvar” o Brasil, não pela fé, mas pela “política”!
Logo depois uma outra mulher entra em cena, dizendo, como se fosse deus a falar, que colocava o governo nas mãos de Nikolas; depois, já supostamente falando por si mesma, a mulher diz: “você será o presidente”. Tudo filmado para a publicização, bem ao contrário da recomendação de Jesus de “fechar a porta quando orardes”.
Mas, afinal, a política cumpre “profecias” religiosas? A história política recente nos diz que não. Basta lembrarmos das tantas “profecias” proferidas em 2024 atestando a vitória de André Fernandes por aqui. Eventos diversos que reuniram clãs de pastores a enunciar a suposta “vitória de Cristo” travestida de vitória de André não produziram o que “profetizaram”. O mesmo ocorreu em todas as campanhas majoritárias de Wagner.
O que dizer, então, dos usos das “profecias” atestando a reeleição de Bolsonaro em 2022? Até passagens bíblicas, como a de Juízes 10, versículo 3(por falar em “Jair” e em “22”), foram perversamente utilizadas para assegurar que a vitória era “bíblica”.
Então, devem os fiéis escutar tais “profetas”? Bom, atentem os fiéis para Deuteronômio 18, versículo 22.
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