
Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
O Partido dos Trabalhadores chegou aos seus 45 anos de existência. Não se compreende a história da democracia contemporânea no Brasil sem passar pela história desse partido, o que não significa dizer ser um seu filiado, militante ou simpatizantes; analisar sua atuação política não significa, também, constituir-se como um antipetista.
O PT atravessa a idade adulta no seu quinto mandato presidencial. Resistiu ao que o tempo fez com outras agremiações, especialmente aquelas que se lhe opuseram a nível nacional: PSDB e PFL (DEM) – a profecia do “ver-se livre dessa raça por trinta anos” não se cumpriu. No Ceará, ocupa o Abolição pelo terceiro mandato consecutivo. Comanda, pela terceira vez, a prefeitura da capital.
Nesses anos todos, imaginários sociais sobre o partido foram construídos e ainda circulam com força de verdade; deles, podemos destacar a ideia de ser o PT um partido “anti-cristão”. As duas últimas eleições nos mostraram os usos desse imaginário. A desaprovação de Lula entre evangélicos, por isso mesmo, continua expressiva.
Vem do Ceará, contudo, uma chave de leitura importante: depois do “Bíblia nas escolas”, ainda por se aprovar na Alece, o governador Elmano de Freitas reuniu nomes importantes do cristianismo local (padres, pastores e políticos religiosos) para assinar o decreto que garante assistência religiosa nas unidades prisionais do Ceará, estendo a garantia a hospitais, equipamentos de internação para idosos e ao sistema socioeducativo. Um verdadeiro “Ceará para Cristo”.
A ação foi saudada por políticos ligados a igrejas e teve a devida cobertura por parte do governismo. Nomes da Igreja Universal e da Igreja do Senhor Jesus estavam entre os entusiastas.
O ato contemplou objetivamente os interesses de igrejas cristãs que realizam seu trabalho missionário nesses espaços e que, segundo alegavam, encontravam resistência em alguns deles. Ao “garantir” tal “assistência”, o governo petista está reconhecendo a “necessidade” dela.
Como poderá, assim, ser acusado nas próximas eleições de ser “contra” a fé cristã, se é ele o responsável por garantir sua propagação em meio a instituições do estado? Pelo contrário, o PT do Ceará parece dar mostras de que “aceitou Jesus”.
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