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Mais um hospital no Interior
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Mais um hospital no Interior

Hospital do Vale do Jaguaribe amplia rede de saúde nas regiões do Interior do Estado e tem uma vantagem em relação aos últimos construídos: após inaugurado, já deverá funcionar
Tipo Opinião
Expectativa, até outubro de 2024, é que até 2,7 mil pacientes do Vale do Jaguaribe e do Sertão Central sejam acompanhados no local

 (Foto: Barbara Moira)
Foto: Barbara Moira Expectativa, até outubro de 2024, é que até 2,7 mil pacientes do Vale do Jaguaribe e do Sertão Central sejam acompanhados no local

Foi inaugurado ontem o Hospital Regional do Vale do Jaguaribe, em Limoeiro do Norte. Com isso, o Ceará passa a ter quatro unidades regionais de alta complexidade, no Cariri (Sul), no Sertão Central e na Zona Norte. Até 2011, quando foi inaugurado o Hospital Regional do Cariri, o Estado não tinha nenhum equipamento público nem próximo disso no Interior. Na época do início da construção da rede, houve certa temeridade, inclusive. O governo, na época de Cid Gomes (PDT), informava que o Ceará estava construindo a melhor rede de saúde pública do Brasil, incluindo UPAs e policlínicas. Na equipe econômica, porém, repetia-se: para manter em funcionamento é outra questão. Ocorre que, em equipamentos de saúde, sobretudo de alta complexidade, o custo de sustentar rapidamente supera o de construir. Gestores enfatizam que o mais complicado não é a obra, mas o custeio das atividades, que vira despesa física. Eu achava na época que não se devia construir aquilo que não se sabia como colocar e manter em funcionamento. Dou o braço a torcer, todavia: na pandemia, se não fossem os hospitais regionais, a tragédia pelo Ceará teria sido bem pior do que foi. Sem falar no papel que exercem muito além da pandemia.

A nova unidade é uma ótima notícia, sobretudo porque o governo informa que ele já começará a funcionar. Pode parecer obviedade, considerando que foi inaugurado. Infelizmente, não é bem assim. O Hospital Regional Norte, em Sobral, foi inaugurado com show de Ivete Sangalo, em 2011, mas não tinha funcionários. Só depois da festa os trabalhadores foram chamados para começar a serem treinados. Menos de um mês após a inauguração, sem que sequer um paciente tivesse sido atendido, houve desabamento de uma marquise, ferindo operários.

O Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, foi inaugurado no fim do governo Cid Gomes, em 2014. Porém, também não tinha funcionários ou condição de funcionar. Coube ao sucessor de Cid, Camilo Santana (PT), viabilizar a operação. De forma parcial, pacientes começaram a ser atendidos um ano e nove meses depois. Então, ter um hospital desse porte que é inaugurado funcionando é uma bem-vinda novidade para o povo do Vale do Jaguaribe e para o Ceará.

Desempenho de Ciro Gomes começa a causar abatimento no PDT

No PDT, é feita a avaliação de que o atual desempenho de Ciro Gomes nas pesquisas para presidente será fator de dificuldade para as alianças. Segundo informação do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, o presidente do partido, Carlos Lupi, considera que Ciro precisa chegar ao patamar de 15% para atrair apoios. Se não, terá de ir de chapa pura. Em 2018, a vice foi a senadora Katia Abreu, hoje no Progressistas e então pedetista. Na época, Ciro negociou vários apoios, do PSB ao DEM. Mas, não conseguiu atrair nenhum, e responsabilizou em grande parte o trabalho de Luiz Inácio Lula da Silva e do PT para atrapalhá-lo. Lupi teme dificuldades agora, independentemente da ação alheia.

A perspectiva de o ex-juiz Sergio Moro ser candidato a presidente se configura em séria ameaça aos planos de Ciro, conforme as pesquisas. Antes ele precisava crescer, agora tem dificuldade de preservar a posição até aqui. Moro é fator de instabilidade para a pré-candidatura pedetista.

O cenário político hoje está assim: Lula tem ampla vantagem nas pesquisas e tenta evitar sobressaltos que mudem alguma coisa. Para ele o ideal é ir levando sem solavancos. O governo Jair Bolsonaro tenta tirar da cartola medidas econômicas para se recuperar. O Auxílio Brasil é a grande aposta. Nas demais forças, ou há alinhamento com PT ou Bolsonaro ou tentam viabilizar uma opção. Não é fácil. Moro tenta se consolidar como candidato. Sem o ex-juiz, Ciro puxava esse terceiro pelotão. No momento, deixou de ser assim. A seguir vêm PSDB e outras possíveis forças e nomes como Luiz Henrique Mandetta ou o Novo. Estava difícil para eles sem Moro e agora piorou.

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