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O ritmo do Ceará
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O ritmo do Ceará

O desempenho do PIB último semestre do ano ajudou para que a desvantagem cearense não fosse pior em relação ao resto do Brasil
Tipo Opinião
ELMANO de Freitas: desafio na economia (Foto: Yuri Allen/Especial para O Povo)
Foto: Yuri Allen/Especial para O Povo ELMANO de Freitas: desafio na economia

O Ceará teve crescimento de 5,14% do PIB no último trimestre do ano passado, resultado expressivo para o período. No acumulado de 2023, o PIB cearense cresceu 2,42%. Abaixo do brasileiro, que subiu 2,9%. O desempenho do último semestre do ano ajudou para que a desvantagem cearense não fosse pior.

O Ceará tem 4,3% da população do Brasil e 2,2% do PIB nacional. Para ter participação na economia proporcional ao contingente populacional, o Estado precisaria dobrar o percentual que representa no PIB nacional.

Como afirmou o hoje senador Cid Gomes (PSB) ainda em 2006, na época em que era candidato a governador pela primeira vez, o Ceará, devido a essa condição, precisa crescer mais que a média do Brasil. Mais que isso, ele defendia que o Estado necessita crescer bem acima da taxa nacional para superar o desnível histórico. Um “grande salto” era o tema da campanha.

No primeiro ano do governo Elmano de Freitas (PT), aliado de Cid, o Estado ficou um pouco mais para trás. Não fosse o resultado do segundo semestre, principalmente o último trimestre, seria pior ainda.

Cid, Lula e a candidatura em Fortaleza

O senador Cid Gomes (PSB) repete as críticas a uma eventual hegemonia do PT, que tem Governo do Estado e Presidência da República, e agora quer disputar a Prefeitura de Fortaleza. Em vídeo publicado pelo Opinião CE, Cid, para defender o argumento, fez relato sobre a eleição de 2012. Ele era governador e o PT estava na Presidência, com Dilma Rousseff (PT). Luizianne Lins (PT) era a prefeita e queria fazer o sucessor. Cid contou que foi a Lula. Disse, segundo o relato, que não queria hegemonizar. Mas defendeu o lançamento, segundo ele, de “uma candidatura sem o desgaste da administração, que não era bem avaliada na época”. A resposta, ele contou, chegou no último dia. O fato é que o PT lançou o hoje governador Elmano de Freitas. Cid, pelo PSB ao qual retornou este ano, lançou Roberto Cláudio, que foi eleito.

Hoje Cid rompeu com Roberto Cláudio e apoia Elmano.

Os sigilos de Lula

O Estado de S.Paulo apontou milhares de sigilos de de 100 anos decretados pelo governo Lula. A Controladoria Geral da União (CGU) diz que não é bem assim. Objetivamente, as informações não foram fornecidas. A CGU dá explicações. Disse que, em alguns casos, seria necessário muito trabalho adicional para fornecer os dados. Diz ainda que os sigilos impostos pelo governo Jair Bolsonaro (PL) eram indevidos e os de agora são justos. Ora, isso na opinião do atual governo. A gestão anterior devia achar que tudo era muito correto. Tal qual a CGU agora. Transparência se mede pelo que é disponibilizado e pelo que não é, e as informações não foram entregues.

Lula, antes de ser eleito, fez muitas críticas aos sigilos de Bolsonaro. Ao tomar posse, um dos primeiros atos foi pedir a revisão de tudo. A cobrança que se faz dá a medida da cobrança que se recebe. O atual governo precisa se comprometer com a transparência e ser mais rigoroso que qualquer um antes dele com isso. Porque nenhuma campanha bateu tanto nisso.

O sigilo em questões públicas deve ser exceção. Para o governo Lula não receber o carimbo da hipocrisia, deve ser muito criterioso com sigilos e muito bem fundamentado ao explicá-los.

Aliados falam de “falso paralelismo”, disfarce para a hipocrisia em tempos de redes sociais, usado para justificar casuísmos e possibilitar que se critique algo quando é feito por adversários e defender quando são os amigos que praticam, com argumento genérico de que são conjunturas diferentes.

As conjunturas nunca são idênticas, mas o trato com a coisa pública exige impessoalidade. precisam haver princípios que valham para Bolsonaro, Lula ou qualquer outro, sem olhar antes o CPF ou o crachá para saber se vai defender ou criticar.

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