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Bolsonaro se abrigou em embaixada, enquanto Lula rejeitou progressão da pena
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Bolsonaro se abrigou em embaixada, enquanto Lula rejeitou progressão da pena

Atual presidente e o governo dele têm defeitos vários, mmas não há comparação com o ridículo ex-presidente
Lula antes de se entregar à Polícia Federal para ser preso (Foto: Francisco Proner)
Foto: Francisco Proner Lula antes de se entregar à Polícia Federal para ser preso

No dia 7 de abril de 2018, o fotógrafo Francisco Proner produziu a bonita e impactante imagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no meio de uma multidão de vermelho, no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP), horas antes de se entregar à Polícia Federal para cumprir pena. Agora vazaram na imprensa internacional a ida de Jair Bolsonaro (PL), furtivo, à Embaixada da Hungria, em 12 de fevereiro, no que seria uma tentativa de se proteger de uma ordem de prisão, conforme informou o New York Times. Que coisa ridícula, que figura pequena.

Lula tem muitos defeitos, assim como o governo dele. Os pontos negativos chamam mais atenção que os positivos na gestão. Não há aqui qualquer tentativa de glorificação de imagem. Mas, as posturas são incomparáveis. O que me chama mais atenção nem é o fato de Lula ter se entregado enquanto Bolsonaro foi se esconder.

Em setembro de 2019, quando já estava havia mais de um ano e cinco meses na prisão, Lula tinha cumprido mais de um sexto da pena. Tinha direito à progressão de regime. O Ministério Público Federal defendeu que ele passasse da prisão em regime fechado para o semiaberto. Sairia durante o dia, com tornozeleira eletrônica, e retornaria à noite para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Lula não aceitou.

“Não troco minha dignidade pela minha liberdade”, disse em carta lida pelo advogado, o hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin. “Quero que saibam que não aceito barganhar meus direitos e minha liberdade”, acrescentou o hoje novamente presidente. Sobre os procuradores da Lava Jato, afirmou: “São eles e não eu que estão presos às mentiras que contaram ao Brasil e ao Mundo”.

Lula não apenas se entregou, enquanto Bolsonaro se refugiou onde não poderia ser preso. O presidente também não aceitou a possibilidade de deixar a prisão, quando já teria esse direito. Porque só queria sair quando a condenação fosse revista.

“Diante das arbitrariedades cometidas pelos procuradores e por Sergio Moro, cabe agora à Suprema Corte corrigir o que está errado, para que haja justiça independente e imparcial”, disse à época. Lula deixou a cadeia 40 dias depois.

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