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Governo mira grandes cidades de um jeito ou de outro
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Governo mira grandes cidades de um jeito ou de outro

Juazeiro do Norte é um dos grandes desafios para os governistas
Tipo Opinião
GLÊDSON BEZERRA apoiou eclética chapa em 2022 (Foto: Reprodução/Instagram)
Foto: Reprodução/Instagram GLÊDSON BEZERRA apoiou eclética chapa em 2022

A base governista no Ceará sempre tem hegemonia nas prefeituras, mas, em 2020, sofreu derrotas importantes — e improváveis. Em Caucaia, Naumi Amorim (PSD) buscava reeleição e era favorito, mas perdeu para Vitor Valim (na época no Pros, que nem existe mais). Em Juazeiro do Norte, Arnon Bezerra era também favorito como candidato à reeleição pelo PTB, outro partido que deixou de existir ao se fundir. Ganhou Glêdson Bezerra (Podemos). Em Maracanaú, Roberto Pessoa (pelo PSDB) era barbada. Ainda houve Professor Marcelão, eleito pelo Pros em São Gonçalo do Amarante. Formou-se um teórico circuito de prefeitos de oposição nos maiores municípios, o que só não foi pior porque o prefeito José Sarto (PDT) conseguiu apertada vitória.

Passados quatro anos, Valim está no PSB e na linha de frente do governismo. Assim como Roberto Pessoa (União Brasil), em Maracanaú. Professor Marcelão está é no PT. E Glêdson esperava ter o apoio do PT. Sente-se traído, inclusive. E Sarto hoje é o opositor mais combatido.

O Palácio da Abolição faz movimentos para o fiasco de 2020 nos grandes municípios não se repetir. A solução mais comum foi se aliar aos antigos adversários, enquanto na Capital deu-se o inverso.

A disputa por Juazeiro

O deputado estadual Fernando Santana, escolhido candidato do PT a prefeito de Juazeiro do Norte, foi o último a falar em ser candidato. O presidente do PT, Antonio Alves Filho, o Conin, o deputado José Guimarães e o governador Elmano de Freitas o tratavam como candidato, mas ele despistava. Há quem avalie, inclusive, que ele preferia ficar na Assembleia Legislativa. Seguir como deputado estadual e, quem sabe, buscar a presidência da Casa.

Porém, petistas consideram que, com Santana, o partido é muito competitivo no maior município do Interior. Sem ele, não teria nome competitivo. Seria necessário “inventar” uma candidatura, para bater de frente com o prefeito Glêdson Bezerra. Assim, há correligionários que já diziam que Santana teria de concorrer, nem que na base do empurrão. Se tudo der errado, ele segue na Assembleia.

Votos

Na Assembleia Legislativa, deputados do PT e da base aliada ficaram animadíssimos com o lançamento de Fernando Santana. Ele foi o quarto deputado estadual mais votado no Estado. Entre os governistas, só Evandro Leitão teve mais votos que ele. E Santana foi o mais votado no PT — Evandro era pedetista. São 111.639 votos que poderão estar livres nas eleições de 2026.

Mas para isso ele precisa ganhar.

“Facada”

Em 2020, Glêdson foi a grande vitória da oposição, ao lado de Vitor Valim. Em 2022, fez uma chapa mista. Apoiou Capitão Wagner (União Brasil) para governador e Camilo Santana (PT) para senador. Para deputado estadual, votou em Fernando Santana. Esperava apoio este ano.

“Eu recebi uma grande facada nas costas; que, na verdade, não foi nem nas costas, eu recebi uma facada de frente”, disse em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri. “Eu sabia que ia levar a facada porque o povo tinha me dito. Eu apoiei o Fernando e tantas pessoas me disseram, ele não vai cumprir a promessa com você”.

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