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Posições e movimentos em Fortaleza
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Posições e movimentos em Fortaleza

Pesquisas erram e institutos erram. Mas, para os envolvidos, nunca é erro. É sempre manipulação com objetivo de prejudicar o candidato que a pessoa apoia
Tipo Opinião
CAPITÃO Wagner no estúdio da rádio o POVO CBN (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR CAPITÃO Wagner no estúdio da rádio o POVO CBN

Pesquisas eleitorais sempre causam polêmica, no mundo todo e desde que as sondagens de opinião existem. Isso se aprofundou nos últimos anos, com muitas discrepâncias entre os resultados das urnas e o que mostraram os números dos institutos nas vésperas das votações. Mundo afora, a extrema direita foi subdimensionada. Por exemplo, nos Estados Unidos, no Equador, no Paraguai e no Brasil. Mais recentemente, houve casos em que a esquerda foi subestimada. Foi assim no 1º turno na Argentina, quando Sergio Massa contrariou a maioria dos institutos e ficou na frente de Javier Milei — ainda que tenha acabado derrotado em 2º turno. No Brasil, isso ocorreu nas eleições no Ceará e na Bahia, por exemplo, quando candidatos de esquerda se saíram melhor do que apontavam os levantamentos. Aliás, na Bahia a esquerda é subdimensionada há décadas.

A discussão sobre pesquisas costuma ser apaixonada e ideologizada. Pesquisas erram e institutos erram. Mas, para os envolvidos, nunca é erro. É sempre manipulação com objetivo de prejudicar o candidato que a pessoa apoia. Não sou inocente, em institutos de menos reputação e credibilidade, normalmente os de fundo de quintal, há casos de fraude. Não se está imune. Com dolo ou sem, as pesquisas erram e os erros têm sido muitos. Institutos e estudiosos têm se debruçado e analisado as metodologias, as tendências de opinião, as dinâmicas sociais e políticas e as formas de captação. As pesquisas precisam de aprimoramento.

Independentemente disso, por mais que os estudos estatísticos avancem, pesquisas são passíveis de erro. Elas têm margem de erro, que nunca pode ser ignorada. E há o intervalo de confiança, que indica a possibilidade de o resultado estar fora da margem de erro. Pesquisa nunca pode ser lida como verdade absoluta ou antecipação do futuro. Precisa ser vista com cautela.

Quando a pesquisa é feita a esta altura do cenário eleitoral, com chapas ainda sendo construídas e candidaturas ainda por definir, a incerteza é maior ainda. Ainda assim, observadas com a cautela necessária, os levantamentos oferecem elementos relevantes de análise. Os números divulgados nesta quinta-feira, 28, pelo instituto Paraná Pesquisas mostram indicativos interessantes para a eleição em Fortaleza.

Wagner na frente, mas em queda

Ao primeiro olhar, observa-se que Capitão Wagner (União Brasil) lidera em todos os cenários, com vantagem significativa. Porém, em relação a pesquisa do mesmo instituto, de janeiro, ele tem queda na casa dos cinco pontos percentuais. Sinal do impacto da divisão da direita, em particular da subida de André Fernandes (PL). Com a soma das intenções de voto das três candidaturas conservadoras, teria números para tentar vencer em 1º turno.

A posição de Sarto

O prefeito José Sarto (PDT) tem percentuais entre 17% e 20%. Não é nada impressionante para quem está na cadeira. Ainda mais em comparação com prefeitos como João Campos (PSB), no Recife; Bruno Reis (União Brasil), em Salvador; Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro, ou mesmo Ricardo Nunes (MDB), em ascensão em São Paulo. Mas, na condição de prefeito, Sarto não está mal posicionado para buscar lugar no 2º turno.

Disputa no PT

Não chega a ser surpresa, Luizianne Lins se sai melhor que Evandro Leitão como candidata pelo PT. Ela disputa, com vantagem numérica, lugar no 2º turno. Evandro está em quarto, empatado tecnicamente com Fernandes. A ocasião da pesquisa, antes da votação do PT, é favorável à ex-prefeita.

A força do bolsonarismo

Chama atenção o resultado de André Fernandes. Fica entre 12% e 13%. Subiu em torno de 3 pontos desde janeiro e tem eleitor que demonstra solidez, como costuma ser o voto bolsonarista. O crescimento pode atrapalhar Wagner. Eduardo Girão (Novo), por volta de 4,5%, está em desvantagem em relação aos outros conservadores, mas tem percentual que pode ser relevante.

O Paraná Pesquisas ouviu 800 pessoas de 22 a 27 de março. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais e o intervalo de confiança, 95%. A pesquisa foi contratada por CN7 e Rede Plus. Registro no TSE: CE01878/2024.

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