Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Capitão Wagner (União Brasil) lidera as pesquisas para a Prefeitura de Fortaleza até agora, mas os adversários “com máquina” concentram as críticas um ao outro — refiro-me ao prefeito José Sarto (PDT) e ao presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PT). No campo da direita, ainda não apareceu em público o “fogo amigo”. Wagner, André Fernandes (PL) e Luis Eduardo Girão (Novo) expressam mútuo respeito, mas não se dispõem a uma composição para primeiro turno. Nas duas frentes, existe a ideia de que Wagner acabará caindo, como sempre ocorre. Será mesmo?
Leituras e tendências
Existem duas premissas. Uma é a de que Wagner vai cair nas intenções de voto. Olha para o futuro. A outra olha para o passado, e considera que ele sempre largou bem e teve declínio. Olha para o passado. Ou uma interpretação sobre o passado, que não é bem assim.
Movimentos na direita
O trio destro tem conversado. Girão é o menos cotado para ser eleito, mas, também, visto entre eles como quem demonstra menos disposição para ceder. Wagner e André têm diferentes leituras sobre decisões que podem ser tomadas a partir de pesquisas, entre junho e julho.
Crença do lado de André
Do lado de Fernandes, existe a crença de que ele irá subir, impulsionado por Jair Bolsonaro (PL). O deputado federal, afinal, acredita demais no bolsonarismo. É o princípio e o fim da ação política. E, pelo mesmo motivo, por Wagner não ter os votos bolsonaristas, crê que o ex-secretário da Saúde de Maracanaú irá cair.
Crença do lado de Sarto
No grupo do prefeito, a visão foi verbalizada pelo vereador Adail Júnior (PDT). Ele crê que Sarto e Evandro, ao polarizarem, tendem a ir ao segundo turno. Na etapa final da disputa, ele afirma que, então, o trio conservador irá apoiar Sarto e o prefeito, assim, será reeleito.
O movimento de Wagner
Mas, estará mesmo correto que Wagner larga na frente e sempre cai? Em 2016, Wagner tinha 20% das intenções de votos na pesquisa Datafolha em meados de agosto. Terminou o primeiro turno com 31%. No segundo turno, teve 46%.
Em 2020, Wagner caiu, de fato. Começou no Datafolha com 33% das intenções de votos. No primeiro turno teve 33%. Não se pode dizer que ele tenha despencado. No segundo turno, terminou com 48%.
Em 2022, para governador, Wagner também caiu ao longo da campanha. Teve 38% na primeira pesquisa Ipespe. Na eleição, ficou com 31,7% no Estado. Eu não chamaria de “derrerimento”. Ainda mais porque, em Fortaleza, onde ele disputa em 2024, foi o mais votado para o governo, com 41,5%.
Parece-me mais fácil, de fato, Wagner cair este ano. Justamente porque a direita, unificada em torno dele nos pleitos anteriores, está agora dividida. Sobretudo pelo impacto de André Fernandes e do bolsonarismo, é possível agora um “derretimento”.
Porém, não por ser o que “sempre acontece”. Vale notar que, nas três eleições majoritárias em que concorreu em Fortaleza, Wagner nunca ficou abaixo de 30%. Se mantiver esse patamar, ele fatalmente estará no segundo turno.
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