Áudio pode ser maior golpe contra Bolsonaro e bolsonarismo
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Jair Bolsonaro
A investigação da Polícia Federal sobre um possível esquema paralelo de espionagem para abastecer Jair Bolsonaro (PL) ameaça complicar bastante a situação do ex-presidente. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo da investigação. Veio então a público que a Polícia Federal informa ter encontrado áudio no qual Bolsonaro fala com o então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL), e o general Augusto Heleno, na época ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), sobre como proteger o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na investigação sobre prática de “rachadinha”. Uma advogada do filho do ex-presidente também teria participado.
Em 1h08min de gravação, estaria exposta a discussão sobre a necessidade de abrir procedimento administrativo contra auditores da Receita Federal, com o propósito de anular o relatório de inteligência fiscal que subsidiou o inquérito contra Flávio, filho mais velho do ex-presidente. O áudio foi encontrado em aparelho de Ramagem e é datado de 25 de agosto de 2020.
A se confirmar que o áudio é real e está nesses termos, poderá ser a mais grave, direta e contundente evidência de ação criminosa do Bolsonaro. Porém, do que é apontado no relatório da PF, esse é apenas o envolvimento mais imediato do ex-presidente. O rol de potenciais crimes listados é extenso.
A chamada “Abin paralela” , segundo a PF, buscou levantar “podres e relações políticas” dos auditores da Receita. Olha o nível de absurdo: uma estrutura governamental paralela acionada para agir contra funcionários do próprio governo, com objetivo de blindar o filho do então presidente.
Não ficou apenas nesse tema. A PF aponta que o esquema de arapongagem foi usado para produzir prova e abastecer a defesa de Jair Renan, outro filho do ex-presidente, em acusação de tráfico de influência.
Além disso, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que tentou convocar o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) a depor na CPI da Covid, foi espionado pelo esquema clandestino e se tornou alvo de ataques com disseminação de conteúdos falsos nas redes sociais. A própria cúpula da CPI, realizada em 2021, foi alvo da arapongagem.
O esquema, conforme a PF, também teria sido usado para desacreditar o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas.
A lista de possíveis espionados inclui ministros do Supremo, servidores públicos, jornalistas, parlamentares e ex-parlamentares, adversários e até aliados do governo. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, foi um dos supostamente espionados.
A dimensão do esquema é gigantesca. Um presidente da República usar tais métodos para fazer política e proteger filhos. Bolsonaro está enroladíssimo de várias formas, mas creio que nada é tão grave e pode ter tantas consequências.
Assembleia é dura com Enel e mole com Cagece
A Assembleia Legislativa aprovou na quarta-feira, 10, relevante projeto para obrigar a Enel a informar em tempo real sobre faltas de energia. A proposta é do líder do governo, Romeu Aldigueri (PDT).
Porém, foi rejeitada emenda do deputado estadual Queiroz Filho (PDT) que estendia a mesma obrigatoriedade à Cagece e demais concessionárias de água e esgoto que operam nos municípios, para também notificarem em tempo real no caso de interrupção do serviço.
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