Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O campo conservador teria argumentos para retirada de uma das candidaturas. Wagner está acima de 30% em todas as pesquisas. Se as intenções de votos de Fernandes forem para ele, tem perspectiva de vitória no primeiro turno
Foto: FABIO LIMA
BOLSONARO cumprimenta Wagner em julho de 2022. André Fernandes entre eles
As tratativas entre União Brasil e PL sobre Fortaleza seguem em curso, mas as chances de um entendimento em torno de uma candidatura única seguem pequenas. São até descartadas por Rogério Marinho, senador licenciado que está à frente das articulações bolsonaristas nas eleições municipais, e que falou a João Paulo Biage, correspondente O POVO em Brasília. Capitão Wagner (União Brasil) lidera as pesquisas. Seria muito estranho desistir. André Fernandes (PL), por sua vez, está bem posicionado. Tem um potencial para crescer — e tirar votos de Wagner. O que estaria em questão no momento seria a retirada de Fernandes. Ele não demonstra nenhuma disposição para isso, e Marinho diz que o partido tampouco.
Por que retirar
O campo conservador teria argumentos para retirada de uma das candidaturas. Wagner está acima de 30% em todas as pesquisas. Se as intenções de votos de Fernandes forem para ele, tem perspectiva de vitória no primeiro turno.
Porém, separados, Fernandes, com o apoio de Jair Bolsonaro (PL), tende a crescer, e tirar votos de Wagner. O suficiente para ir ao segundo turno? Talvez sim. Talvez não.
Pode abrir espaço para um segundo turno entre o prefeito José Sarto (PDT), que buscará a reeleição, e Evandro Leitão (PT), apoiado pelo governador Elmano de Freitas (PT) e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dois partidos do campo progressista e adversários do bolsonarismo.
Por que manter
Há vários elementos, porém, para manter Fernandes candidato. Um aspecto crucial: o PL é hoje oposição. Quando era governo, precisava fazer composições e garantir a governabilidade. O PT fez isso em 2020 — ainda que não tenha vencido em nenhuma capital. É estratégico, para quem está na oposição, buscar ampliar espaços e ganhar projeção.
Pesa também o fato de as relações entre Wagner e o bolsonarismo terem seus senões. O capitão cearense apoiou o ex-presidente desde a campanha de 2018. Repetiu a dose em 2022. Mas, nunca abraçou de forma absoluta. Bolsonaro e os aliados não gostam disso. Esperam adesão 100%. Ele era um aliado, mas não um “bolsonarista raiz”. Fernandes seria o primeiro candidato majoritário com esse perfil.
Vale lembrar, no ano passado, no acordo que deu a Carmelo Neto a presidência do PL no Ceará, o entendimento era para Fernandes ser o candidato. Na época, Carmelo também postulava o posto. Ficou a presidência, à qual Fernandes entendia ter direito.
Dois lados do histórico
Um facilitador para o entendimento seria o histórico. Nos últimos seis anos, Wagner e o bolsonarismo estiveram sempre juntos no Ceará.
Bolsonaro será a voz determinante. A discussão passa pela compreensão de que o acordo fortalece o campo conservador.
Porém, pode pesar contra o fato de o ex-presidente já ter apoiado Wagner em 2020 e 2022, quando liderava as pesquisas, e a candidatura ter sido derrotada. Talvez o mesmo argumento da liderança em intenções de voto tenha menos peso.
É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.