Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: AndrésC/Pixabay
BÍBLIA: projeto quer distribuição para escolas públicas
Não é uma questão de ser mais ou menos cristão defender a presença de bíblias nas escolas públicas. O debate é sobre qual o papel do poder público. O Estado deve garantir liberdade de culto, mas não penso que deva ser promotor de qualquer credo. O governador Elmano de Freitas (PT) informou que serão adquiridos livros das várias religiões professadas no Ceará. Será mais caro.
O problema não é haver livros religiosos em bibliotecas. Já há em muitas delas. É capaz de a medida acabar servindo mais para aquisição dos escritos de outras crenças. Problema mesmo é imaginar que a presença desses livros significará que a escola será canal para defender determinada fé.
Mais interessante quando se constata que há defensores desse tipo de medida que vivem reclamando de “doutrinação” nas escolas. Mas querem justamente promover doutrinação religiosa, sem meias palavras. É fazer demagogia com a fé. E desvia o foco do que é a função primordial do poder público.
Espaço adequado
Já há escolas vinculadas a igrejas. As famílias podem escolhê-las. Mas, escolas públicas? Nas quais as famílias muitas vezes não têm como alternativa matricular os estudantes em outra instituição, seja por não terem como pagar ou como se deslocar até outro lugar.
Espaço adequado II
A religião tem parte central na vida de muita gente. O papel governamental deve ser de respeito e de garantir as condições para quem quiser professar qualquer crença ter as condições para tal. Fica por aí. A fé é questão de foro íntimo, não deve ser tratada como questão pública ou de Estado.
O PT?
Muita gente estranha a proposta abraçada por um governador do PT. É não conhecer a origem do partido, com participação de muita gente das alas progressistas da Igreja Católica. E menos ainda o setor hegemônico do PT cearense.
Além disso, o gesto é uma maneira de acenar ao eleitorado num tema que tem tirado muito voto da esquerda.
Sem meio termo
No ranking de governadores da AtlasIntel, o governador Elmano de Freitas teve a oitava maior aprovação do Brasil, com 56%, empatado com Ratinho Jr., do Paraná. A desaprovação também é bem alta: 40%, quarta maior do País. Isso se explica pelo fato de ter apenas 4% que responderam não saber se aprovam ou desaprovam o governo. O percentual é igual ao de Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal e menor apenas que o de Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, com 3% que não opinaram se aprovam ou não a gestão.
Ideia estapafúrdia
A ideia de nova eleição na Venezuela esbarra em alguns grandes problemas. Descartar o resultado anterior significa afirmar que o processo não foi legítimo e o órgão eleitoral não é confiável. Se houver nova eleição, quem irá organizar e apurar? Se for a mesma instância, o problema segue. Uma instância estrangeira é algo que me parece descartado.
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