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O plano de cada um para vencer
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O plano de cada um para vencer

Cada candidato tem uma tese para vencer. Elas fazem sentido, mas são mutuamente excludentes
Em Acopiara, três candidatos disputam a prefeitura, a vice-prefeita, a sobrinha do prefeito e médico Dr. Vilmar (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal Em Acopiara, três candidatos disputam a prefeitura, a vice-prefeita, a sobrinha do prefeito e médico Dr. Vilmar

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A eleição para prefeito de Fortaleza está embolada e não me parece hoje possível dizer que nenhuma candidatura está garantida no segundo turno. Pelas pesquisas da semana passada, diria que há quatro candidaturas com boas chances. Cada uma traça um cenário para vencer. As teses fazem sentido, mas são mutuamente excludentes.

O debate de hoje, às 19 horas, promovido pelo O POVO, será o primeiro após o começo oficial da campanha. E permitirá observar a condução das estratégias.

Capitão Wagner busca se sustentar

Capitão Wagner (União Brasil) parte de onde todos querem estar, mas tem uma condição desconfortável. Se a candidatura ficar até o fim do primeiro turno numa sangria, perdendo eleitores, passa uma sinalização ruim. A candidatura de André Fernandes (PL) é uma ameaça muito real a ele. O plano de Wagner passa por desideologizar a campanha, debater questões da cidade e usar a experiência na saúde em Maracanaú, além de explorar a trajetória na segurança e também a atuação como professor. Tenta se desvincular da imagem de apenas policial. Ao mesmo tempo, criticar os candidatos vinculados a padrinhos poderosos. Num eventual segundo turno contra o PT, aposta em ter os votos da direita e também de José Sarto (PDT). Se o adversário for o prefeito, a aposta é buscar os votos de oposição.

Aposta na polarização das máquinas

Aliados do prefeito José Sarto falam abertamente da tese de polarizar com Evandro Leitão (PT) e a base do Governo do Estado. Num eventual segundo turno contra o PT, acreditam em atrair os votos da direita e derrotar Evandro. Porém, se Sarto chega ao segundo turno contra algum dos candidatos conservadores, esperará ter os votos da esquerda.

Nesse caso, talvez ele trave uma disputa contra Evandro pelo lugar no segundo turno. De qualquer maneira, a tese da polarização também ajuda.

O tamanho do bolsonarismo

André Fernandes surpreende na campanha ao buscar, pela primeira vez na trajetória, como algo além do bolsonarismo. Claro, abriu a campanha em carreata com o ex-presidente, mas tem buscado tratar de questões urbanas. Apresentou até aqui ideias das quais discordo, mas é louvável que esteja discutindo a cidade. Mostra inteligência ao buscar ampliar o eleitorado. Parte crucial da estratégia passa por tirar o eleitor conservador de Wagner. Porém, isso talvez seja insuficiente para vencer. Talvez esse voto conservador seja conquistado mais naturalmente pelas redes bolsonaristas. Mas, para ampliar o eleitorado, André demonstra saber que precisará falar outras linguagens. Wagner lidera, mas a margem não dá conforto para uma campanha ainda no começo. Se ficar a imagem de que há um candidato em declínio e outro em ascensão, o Capitão pode ter a posição seriamente ameaçada. A favor de André o fato de ter tempo um tanto maior.

Tempo para mostrar apoios

Evandro Leitão testará na Capital a receita vitoriosa de 2022 no Estado. Haja Elmano, Camilo e Lula. A popularidade dos dois últimos, principalmente, é a arma principal a ser usada num tempo esmagadoramente superior aos demais no horário eleitoral. É tanto tempo e apoios tão fortes que é difícil supor que não subirá. Porém, além da missão de chegar ao segundo turno, pode ter dificuldade caso o eleitorado dos adversários se una contra ele. Alguns líderes petistas já admitiram acreditar ou mesmo torcer para o segundo turno ser contra André Fernandes, pela crença de que o bolsonarista seria um adversário mais fácil de bater, pela maior dificuldade de atrair novas adesões.

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