Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
A capacidade de dialogar com as diferenças é outro atributo que os candidatos têm testado num debate
Foto: Fco Fontenele/O POVO
DEBATE promovido pelo O POVO reuniu candidados a prefeito de Fortaleza
O debate de ontem no O POVO foi bastante agressivo, como costuma ser em campanhas acirradas e tensas, mas o tom foi além do desejável. Praticamente não houve um momento que não houvesse animosidade. em várias situações, candidatos que não travavam confrontos diretamente entre eles ficavam falando mal de um terceiro. Houve críticas duras, que são do jogo, em temas como saúde, segurança pública ou limpeza urbana. Logo no início, Evandro Leitão (PT) criticou a saúde municipal, e José Sarto (PDT) reagiu criticando a saúde estadual. Mais à frente, Sarto disse que a passagem de Capitão Wagner (União Brasil) pela Secretaria da Saúde de Maracanaú foi um “desastre absoluto”. Wagner reagiu dizendo que Fortaleza precisa de um prefeito que trabalhe o tempo todo, não só na véspera de eleição. Era só o começo e estava muito quente. Mas é do jogo.
Na vez de perguntar, Wagner escolheu George Lima (Solidariedade), que foi para cima de Sarto. Reclamou de “gracinhas que tão pegando mal para a campanha”. Até do jingle falou. “Uma música péssima”. Na sequência, o rumo ficou bem complicado. George perguntou a André Fernandes (PL), que perguntou a Técio Nunes (Psol). O candidato do PL chamou a ambos de inexpressivos. Daí em diante, foi desequilibrado para cá, garganta de aluguel para lá. Falaram de lâmina de barbear, houve manifestação de solidariedade a quem se depila. Fernandes diz que não sabe o nome de Técio. A coisa ficou complicada.
O debate chegou a ir para a gestão de Evandro como presidente do Ceará. Gradualmente, o debate voltou para um eixo mais condizente, mas seguiu muito agressivo. Quando Sarto questionou sobre a fuga de uma pessoa com deficiência de presídio, Evandro reclamou de “deboche”. Alianças políticas e contradições entraram na discussão — o que é pertinente. A CPI do narcotráfico, que não saiu em 2018, voltou a ser assunto. Taxa do lixo foi bastante discutida, bem como alguma coisa de mobilidade, meio ambiente e educação.
O debate passou por muitos dos temas cruciais, mas de forma por vezes pouco qualificada. O foco nem sempre era adequado e quase nada de conteúdo se aprofundou.
O problema maior é o nível de agressividade. Eleição não é chá da tarde, são adversários ali. É bom que o debate seja quente e que as diferenças fiquem explicitadas.
Mas, quem quer ser prefeito precisa governar para todos. Inclusive para quem vier a ser derrotado. A capacidade de dialogar com as diferenças é outro atributo que os candidatos têm testado num debate. Há alguém que não esteja devendo?
Alvo preferencial
Quem abria cada bloco do debate escolhia a quem perguntar. Houve sorteio antes para definir quem seria. As opções sinalizam as estratégias. Evandro Leitão abriu o primeiro bloco e perguntou para Sarto. Os blocos seguintes foram abertos por Sarto, André e Wagner. E os três escolheram perguntar para o candidato do PT.
Mais debate
Nesta quarta-feira, o debate é entre os candidatos a prefeito de Caucaia. Às 19 horas, no Youtube do O POVO, Instagram, Xuiter, Facebook, TikTok, rádio O POVO CBN e Canal FDR.
O Município, ao lado de Fortaleza e Juazeiro do Norte, tem uma das disputas cruciais para as forças de governo e oposição no Ceará.
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