Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O programa de Capitão Wagner (União Brasil) busca um tom sóbrio, marca desta campanha. Mas, acabou sendo o que trouxe, nos primeiros dias, as críticas mais duras. Bateu de uma vez em dois adversários, ou três. “Chega de quem passa quatro anos de férias e na véspera das eleições aparece fantasiado para pedir voto. Chega de aceitar um poste que precisa de padrinho porque não tem luz própria”.
Mas, a tônica principal foi de apresentá-lo como um novo Wagner, mais maduro e experiente que nos anos anteriores.
O alvo do Capitão é atrair o eleitor que não votou nele em anos anteriores.
O programa de André Fernandes (PL) é ágil e muito eficaz na mensagem que quer entregar. Apresenta o candidato e se contrapõe às críticas por radicalismo e inexperiência. Busca ampliar o potencial eleitorado de André, além do segmento bolsonarista que já vota nele. Nesta terça-feira, já foi mais agressivo.
Bateu em Wagner, em José Sarto (PDT) e Evandro Leitão (PT). De forma direta, citando nomes e fazendo conexões.
José Sarto (PDT) tem programa no tom do que tem sido a campanha de redes sociais. Muito voltado ao público jovem e periférico e aborda ações da Prefeitura.
Evandro Leitão (PT) tem mais tempo que a soma dos demais. Dá tempo de mostrar a trajetória, botar músicas, mostrar Camilo Santana, Elmano de Freitas, Lula, a vice, Gabriella Aguiar, e trazer algumas propostas.
Um aspecto curioso é o uso de trecho de música da campanha de Lula de 2002. A parte que toca não fala de Lula nem nenhuma referência direta. Não usa o refrão que fala “É só você querer” e “Bote fé e diga Lula”. Mas, para o público petista tradicional, que tem a memória daquela campanha, a música traz lembrança. Talvez essa seja a primeira missão da campanha de Evandro.
O percentual nas pesquisas até aqui ainda não chega ao patamar médio de qualquer candidatura do PT. Ele ainda precisa atrair parcela do voto tradicional petista. A disputa interna com Luizianne Lins e a reação da deputada desde que foi preterida não o ajuda. O trecho em questão da música fala: “Bote essa estrela no peito”. Um aceno diretíssimo ao petismo raiz.
Discurso muda
A propaganda na televisão e no rádio não é mais a senhora absoluta das campanhas, mas ainda tem uma capacidade de massificação única. As campanhas levadas ao horário eleitoral são diferentes dos conteúdos levados para a Internet, que falam com nichos. O alcance desses meios ainda é mais amplo e chega a segmentos que as redes segmentadas não atingem.
TV e rádio x campanha digital
A eleição de 2018 subverteu as regras das eleições no Brasil. Jair Bolsonaro (PL) venceu mesmo com partido nanico e tempo ínfimo no rádio e na televisão. Geraldo Alckmin, na época no PSDB, tinha bastante espaço e não cresceu. O segredo foi a estratégia digital de Bolsonaro. Foi ponto fora da curva, indicativo de tendência ou fato já consolidado? Não sei responder. Nem se o que valeu para o País vale para município.
A questão é que todo mundo tá fazendo campanha nas redes. Algumas melhores outras piores, umas mais bem-sucedidas que outras. Mas, ninguém competitivo hoje abre mão desse espaço. Já no rádio e a televisão, alguns têm muito espaço, outros têm pouco e outros ainda, nenhum.
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