Quem terá mais vereadores e como eles irão se mover
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Quem terá mais vereadores e como eles irão se mover
PDT deverá ter maior bancada de vereadores. Se Sarto for reeleito, haverá continuidade. Mas, como se comportarão os parlamentares pedetistas se o prefeito for outro?
O resultado da eleição para prefeito é imprevisível, mas, para a Câmara Municipal, os vários lados da disputa política parecem de acordo que a base do prefeito José Sarto (PDT) elegerá a maioria com alguma folga, e o PDT terá a maior bancada. Se o prefeito for reeleito, haverá continuidade da atual correlação política, em moldes próximos aos atuais. Mas, e se outro prefeito for eleito? Não é difícil prever.
Fortaleza teve alternâncias de poder em 2004 e 2012. Quando Luizianne Lins (PT) entrou e quando saiu. Ela chegou com apenas um vereador aliado desde o primeiro turno, Sergio Novais. Na posse já tinha maioria. O ex-prefeito Juraci Magalhães havia emplacado a maior bancada. Aderiu em peso. Oito anos depois, Luizianne tinha a maior bancada. Com a eleição de Roberto Cláudio, mudaram de lado em poucos dias.
Candidatos competitivos este ano deverão fazer bancadas ínfimas. Se eleitos, terão de gastar conversa. Dará trabalho, mas só não terá maioria quem não quiser. Ou não souber o caminho. Não apostaria que a maioria da atual base de Sarto iria para a oposição em caso de derrota do prefeito. Quando foi eleita, Luizianne terceirizou essa tarefa a Tin Gomes. Deu certo até o dia em que deu errado — demorou quatro anos.
Terra do governador em ebulição
A Polícia Federal está tendo particular trabalho em Baturité, por acaso o município onde nasceu o governador Elmano de Freitas (PT). O prefeito Herberlh Mota (Republicanos), candidato à reeleição, foi alvo de operação da Polícia Federal, que foi até a casa dele saber sobre o uso, em ato de campanha, de um aparelho que disparava chamas. Na mesma manhã, talvez aproveitando a viagem, a PF cumpriu mandados, para investigar o uso irregular de um drone por um candidato a vereador. O candidato em questão não foi identificado.
Inelegibilidade
Aliás, ainda sobre Baturité, o prefeito Herberlh está com a candidatura indeferida, mas ele está recorrendo. Nada a ver com o momento pirotécnico-eleitoral. Ele foi condenado em maio pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusado de abuso de poder político e de autoridade nas eleições de 2022. A decisão ainda pegou junto o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT) e o suplente de deputado estadual Audic Mota (MDB). Diferentemente do prefeito, ambos foram cassados. Todos eles estão recorrendo.
O alvo do crime
A Floresta Nacional de Brasília é alvo de incêndio deste terça-feira, 3, e até ontem já tinha 20% da área total atingida. Uma tragédia. Além da biodiversidade morta, nascentes importantes de rios foram atingidas. Em Rondônia, o corredor ecológico binacional Guaporé/Itenez-Mamoré também é atingido, em área que inclui o parque de Guajará-Mirim, a reserva extrativista Rio Ouro Preto e terra indígena Igarapé Lage. Nos dois casos, há suspeita de incêndio criminoso. Em São Paulo, onde também há onda de incêndios, já houve 11 pessoas presas.
Esse tipo de situação não é nova. No primeiro ano de governo Jair Bolsonaro (PL), nos dias 10 e 11 de agosto de 2019, houve o que ficou conhecido como “dia do fogo”. Incêndios em larga escala atingiram a região amazônica e a suspeita era de que foram planejados por fazendeiros do oeste e sul do Pará. Seria uma demonstração de apoio ao então presidente Bolsonaro, que era alvo de pressões internacionais. Naquela ocasião, as investigações não avançaram nem apontaram responsáveis, o que contribui para que se repita.
O fato de gente ligada ao agronegócio ser suspeita de provocar incêndios mostra a mentalidade tacanha ainda presente entre integrantes do meio. Há pessoas com cabeça avançada, sintonizada com o mundo, consciente do imperativo em preservar o meio ambiente para a sustentabilidade econômica da atividade. Gente que agrega tecnologia para produzir mais em menos espaço. Mas, há também o atraso personificado. As perdas são para a sociedade, mas produtores rurais estão entre os mais atingidos no bolso. Talvez alguns não saibam. Outros sabem e não se importam. Podem arcar com o prejuízo. O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) estima perdas em São Paulo superiores a R$ 1 bilhão.
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