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A campanha nos últimos dias
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

A campanha nos últimos dias

Campanha no Ceará já teve chuva de dinheiro e de ovos, ameaças e violência contra candidatos e muito dinheiro apreendido. Os últimos dias devem intensificar situações exóticas. E causam preocupação
Tipo Opinião
PF apreendeu dinheiro e lista de eleitores (Foto: Divulgação/PF)
Foto: Divulgação/PF PF apreendeu dinheiro e lista de eleitores

Há uma semana de campanha eleitoral pela frente. A eleição tem tido de tudo, inclusive situações bastante preocupantes. Ameaças a candidatos, agressões físicas. Candidatos proibidos de fazer campanha por facções ou tendo de pagar “pedágio” aos criminosos para poderem pedir voto na área. Chuva de dinheiro e de ovos. Muito dinheiro apreendido. Nesses dias finais, a coisa tende a se aprofundar com intensidade. Os órgãos de fiscalização e de segurança terão trabalho redobrado.

Nos municípios pequenos, há um movimento tradicional nesse período decisivo: a troca de carros. Nesses lugares menores, ainda mais no meio político, as pessoas acabam sabendo de quem é o carro de quem. O que fazem? Uma permuta de veículos que serão usados em práticas de probidade duvidosa. Os carros de um município são emprestados aos aliados na cidade vizinha, para evitar flagrantes nas idas e vindas de malotes de dinheiro e outras iniciativas para influenciar o voto do eleitor para além do que a lei permite.

Nem tudo é ruim. A eleição é o momento em que a democracia se expressa de forma mais direta. Atire a primeira pedra quem nunca ouviu — quem sabe até falou — depois de votar: “Agora perdi o valor”. Para além da troça com o lado interesseiro de tantos políticos, trata-se de um bem-humorado reconhecimento da participação democrática como um atributo de importância a cada eleitor. Na democracia, cada um vale tanto quanto qualquer outro. Ninguém é melhor ou pior e isso é bonito e poderoso. Pelo Interior, época de eleição é uma festa das mais animadas.

Pena que, neste ano, como em outras ocasiões recentes, haja tanta tensão. A segurança é a maior preocupação. Essas são eleições de alto risco. Que tudo corra bem.

A variação do voto conforme a idade

Na pesquisa Datafolha em Fortaleza, um dos dados mais interessantes é o recorte por idade do desempenho dos dois líderes, André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT). Entre os eleitores de 16 a 24 anos, André tem 27% e Evandro, 18%. O percentual do petista nesse segmento fica abaixo dos de José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (União Brasil), embora com diferença na margem de erro.

Na faixa de 25 a 34 anos, André tem 32% e Evandro 18%. O petista fica um ponto acima de Sarto e quatro abaixo de Wagner, diferenças na margem de erro.

Entre quem tem de 35 a 44 anos, André tem 29% e Evandro, 25%. De 45 a 59 anos, Evandro abre vantagem. Tem 30%, contra 22% de André.

No segmento acima de 60 anos, disputa parelha, com Evandro com 29% e André, 27%. André cresceu bem nessa faixa e empatou tecnicamente com o petista. Na faixa etária imediatamente anterior, Evandro leva boa vantagem.

Entre quem tem a partir de 35 anos, Evandro está bem. Abaixo dessa faixa, ele cresceu significativamente, mas segue em dificuldade. Se dependesse dos mais jovens, conforme o Datafolha, ele teria uma disputa muito parelha para ir ao segundo turno.

Briga pelo voto jovem

No começo, Sarto demonstrou muita força entre jovens, impulsionado pela gratuidade estudantil nos ônibus e por um perfil de propaganda voltado para as redes e para o humor. Porém, o prefeito foi afetado pelo crescimento de Fernandes em particular nesse público.

Desafio de Evandro

O candidato do PT tem, conforme o Datafolha, dificuldade entre os jovens. A propaganda do candidato é bastante massiva, pelo tempo no horário eleitoral. As propagandas do grupo camilista seguem um padrão, que vem mais ou menos desde os tempos de Cid Gomes (PDT). É um formato vencedor, extremamente eficaz, mas bastante padronizado. Para os jovens, talvez soe velho.

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