Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Não poder impulsionar conteúdos nas redes sociais, como manda a Justiça, seria ruim para qualquer candidato, mas é pior para o prefeito e candidato à reeleição
Pelo conjunto das pesquisas, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), chega vivo à última semana de campanha eleitoral no 1º turno. Teve quedas nas intenções de voto, mas estabilizou. A depender do levantamento, tem oscilações negativas ou positivas. No agregador de pesquisas do O POVO, fica na casa de 18% das intenções de voto, na média dos institutos. André Fernandes (PL), com maior percentual, fica em torno de 26%. Evandro Leitão (PT), empatado tecnicamente com Fernandes, tem 24%. Não dá para dizer que Sarto esteja fora do jogo. Ainda mais com a máquina da Prefeitura na mão e tendo na linha de frente da articulação Roberto Cláudio (PDT) — profissional da política que conhece como poucos as nuances da Capital — e com o apoio de vereadores com alta capacidade de influir no voto nos bairros.
Nas últimas semanas, com más notícias nas pesquisas, a campanha de Sarto agiu com velocidade e força para evitar o que poderia ser uma debandada em massa de candidatos à Câmara. Há alguns mais empolgados e outros menos, mas o corpo a corpo da cúpula é intenso. Da forma como chega, Sarto está no jogo. Mas, teve péssima notícia no Judiciário.
O juiz eleitoral Luciano Nunes Maia Freire proibiu o prefeito de impulsionar conteúdos nas redes sociais. O impulsionamento permite às publicações em redes sociais chegarem a mais gente, inclusive a quem não segue o perfil. Aparece como “patrocinado”. A campanha de Sarto é uma das que mais gastam com esse tipo de divulgação no Brasil. Não sei quantas vezes já assisti aos vídeos de Roberto Cláudio e o quebra-coco, ou de Sarto pedindo uma cerveja “Roberto Cláudio”.
Pois bem, as regras permitem impulsionar apenas conteúdos favoráveis ao candidato. Porém, há por aí bastante conteúdo negativo impulsionado. Agora mesmo, a Justiça mandou retirar do ar peça em que Evandro Leitão diz que Sarto usa o espaço que tem para o atacar no lugar de apresentar propostas para a Capital. Freire, contudo, considerou Sarto reincidente e decidiu que o prefeito não pode impulsionar mais nada, nem contra nem a favor.
Disse mais: se houver impulsionamento, vai tirar do ar os perfis do prefeito até o 1º turno da eleição, no domingo que vem.
Não poder impulsionar conteúdos seria ruim para qualquer candidato, mas é pior para Sarto. Dos quatro mais bem posicionados em intenções de voto, ele tem menor tempo de rádio e televisão.
Aliados de Sarto acreditam que a força da máquina, não necessariamente por meios ilegais, mas pelo peso político mesmo, pode conferir algo como três pontos percentuais a mais em votos nos dias finais. (Há também tentativa de vender otimismos. Mas, impacto há.) Uma forte presença em redes sociais seria capaz de colocar o prefeito com força na briga pelo 2º turno. Sem impulsionamento, toda a estratégia pedetista até aqui fica ameaçada, no momento mais importante.
Wagner apela a quem já votou nele e mudou de lado
A campanha de Capitão Wagner (União Brasil) tem feito vídeos de caráter emocional e nostálgico, falando da campanha de 2016, a primeira em que Wagner concorreu. Menciona que ele mantém os mesmos valores, mas está mais maduro.
Um aceno ao eleitor que já votou nele antes, mas agora buscou outras opções. A maioria, ao que parece, em direção a André Fernandes (PL).
Wagner começou na campanha dizendo que mudar é bom, e ele também mudou. Teve eleitor que não gostou da mudança, do Wagner que se apresenta como maduro. E busca a novidade da vez — talvez André.
Não está em jogo só a Prefeitura de Fortaleza. Mesmo que nenhum dos dois saia vencedor, está em jogo a busca de André para tirar de Wagner o posto de principal líder da oposição e da direita no Ceará.
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