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Há uma campanha pela frente
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Há uma campanha pela frente

A margem de mudança na pesquisa é relativamente pequena. A tendência, pelo que indica o Datafolha, é de equilíbrio até o fim. Será difícil alguém abrir
Tipo Opinião
Urnas eletrônica: 2º turno tem duas semanas pela frentes (Foto: Abdias Pinheiro SECOM TSE)
Foto: Abdias Pinheiro SECOM TSE Urnas eletrônica: 2º turno tem duas semanas pela frentes

Faltam mais de duas semanas até a eleição. Dá tempo para muita coisa acontecer. A pesquisa Datafolha contratada e divulgada pelo O POVO nesta quinta-feira, 10, é a primeira deste segundo turno. Mostra um cenário de muito equilíbrio. André Fernandes (PL) com 47%, Evandro Leitão (PT) com 45%.

Se o Datafolha captou com precisão a opinião do eleitor de Fortaleza hoje, significa que a campanha está muito, muito aberta. E será definida nas semanas de campanha pela frente.

Tendência de equilíbrio se manter

Dado relevante nos detalhes do Datafolha: há 88% dos eleitores de André Fernandes que dizem estar totalmente decididos sobre o voto. E 88% dos de Evandro Leitão. Ou seja, há nível de definição de voto muito grande. São 12% os eleitores de André que admitem mudar de candidato, e 11% os de Evandro.

Isso significa que a margem de mudança na pesquisa é relativamente pequena. A tendência, pelo que indica o Datafolha, é de equilíbrio até o fim. Será difícil alguém abrir.

Claro, o eleitor que diz estar totalmente decidido pode balançar lá na frente. Dúvidas podem ser criadas. Esse é o trabalho da campanha.

Evandro na rua, André ainda não

A primeira semana já está terminando. Houve muitas conversas, articulações e negociações. O horário eleitoral de rádio e televisão recomeça hoje. Chamou atenção o fato de, fora das redes sociais, a campanha de André Fernandes não ter recomeçado ainda. Não foi às ruas. A pesquisa Datafolha foi feita entre terça e quarta-feira. Não sei se a diferença de mobilização teve impacto no resultado do Datafolha.

Talvez no horário eleitoral, no qual os tempos serão iguais, com um pouco mais de espaço para Evandro e muito mais para André, seja possível saber a que o candidato do PL vinha se dedicando.

Sequelas no PDT

Pela história dos partidos, pelas posições e pela relação política, seria difícil em outro momento imaginar o PDT não se posicionar numa disputa entre o PT e o bolsonarismo. Os partidos foram aliados por muito tempo no Ceará. São aliados em Brasília. Em 2022, no segundo turno, o partido declarou apoio a Lula contra Jair Bolsonaro (PL), apesar do enfrentamento com Ciro Gomes. Porém, na situação presente, a neutralidade pedetista era o mais provável, e foi confirmado pelo prefeito José Sarto. É resultado direto das sequelas de 2022, o ano que não acabou na política cearense.

O racha da aliança, a ação ostensiva da base governista para atrair prefeitos pedetistas na eleição daquele ano, todo o processo que se seguiu por 2023 até 2024 na crise interna no PDT, e na relação atribulada do governo Elmano de Freitas (PT) com a Prefeitura de Fortaleza, tudo tornava improvável o grupo de Sarto, Roberto Cláudio e Ciro Gomes de repente defender o voto no PT. Logo em Evandro Leitão, que era pedetista e, como presidente da Assembleia Legislativa, foi crucial na implosão da base de sustentação da candidatura de Roberto Cláudio há dois anos.

Pragmaticamente, a decisão do PDT tem riscos políticos. Mais ou menos como a ida de Ciro a Paris em 2018. Porém, as cicatrizes de dois anos atrás há muito não permitem ao PDT ser pragmático.

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