Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O mais engraçado é a reação das torcidas de ambos os lados. Quem é André defende a Ideia e ataca a Quaest. Os adeptos de Evandro abraçam a Quaest e questionam a Ideia. O bom da variedade de pesquisas é que tem para todo gosto. Cada um se abraça com a sua e todo mundo fica feliz, ou infeliz
Foto: FERNANDA BARROS
DISPUTA pelo Paço Municipal mexe com os nervos dos apoiadores
Duas pesquisas foram divulgadas sobre o 2º turno da eleição em Fortaleza nesta quarta-feira, 23, e mais onze estão registradas para sair até domingo. Aliados, cabos eleitorais e militantes estão agitados e nervosos com o vaivém dos números. Movimentação mesmo, nas pesquisas, quase nada. Até onde vi, tudo dentro das margens de erro. Mas, há diferenças que podem ser significativas entre institutos.
A pesquisa Quaest, contratada pela TV Verdes Mares, teve o impacto de ser a primeira a trazer Evandro Leitão (PT) na frente de André Fernandes (PL), numericamente apenas. Eles estão em empate técnico. Evandro tem 44%, André tem 42%. As variações foram mínimas. Na semana passada, estavam com 43% a 43%. De lá para cá, Evandro oscilou um ponto para cima, André um para baixo. A rigor, se a eleição fosse hoje, seria impossível dizer, com base na Quaest, quem seria eleito.
A pesquisa Ideia, encomendada pela TV Jangadeiro, mostra André à frente, com vantagem maior. O candidato do PL tem 49%. Evandro tem 43%. Esta é a primeira Ideia deste 2º turno, então não dá para fazer comparações de evolução ou queda.
A margem de erro em ambos os casos é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Na Quaest, é empate técnico clássico. Na ideia, vai ao limite máximo. Na maior variação possível de André para baixo e na maior de Evandro para cima, eles se encontram. Para a Ideia, é empate técnico. O Datafolha, instituto que O POVO contrata nesta eleição, não considera nem empate técnico em casos como esse, por trabalhar as possíveis variações no limite extremo. É possível, mas estatisticamente improvável o empate. Mas, para a Ideia, há empate técnico.
O mais engraçado é a reação das torcidas de ambos os lados. Quem é André defende a Ideia e ataca a Quaest. Os adeptos de Evandro abraçam a Quaest e questionam a Ideia. O bom da variedade de pesquisas é que tem para todo gosto. Cada um se abraça com a sua e todo mundo fica feliz, ou infeliz.
Para onde caminha a campanha?
E quem não é torcedor nem de um nem de outro, como fica para entender a eleição e as pesquisas? Bem, a dúvida e a cautela são sempre saudáveis. Prefiro quem desconfia a quem acredita que a eleição está resolvida de véspera, sem precisar de eleito.
Margem de erro existe porque as pesquisas não têm precisão absoluta. No primeiro turno, elas apontaram a tendência, mas tanto André quanto Evandro tiveram votação acima do projetado, além das margens de erro.
Pesquisas não cravam intenções de voto com exatidão. Elas fornecem intervalos nos quais as intenções de voto podem estar. Isso é o empate técnico.
Efeito simbólico
O principal significado de a pesquisa colocar um ou outro na frente é simbólico e emocional. Anima ou desanima militantes — e financiadores. É perceptível como a campanha de Evandro se empolgou com a Quaest. Já a de André Fernandes, antes mesmo de a pesquisa ser divulgada, tem exibido programas eleitorais destinados basicamente a responder a Evandro e voltados para mulheres, público no qual o candidato leva desvantagem e para para o qual a propaganda petista tem direcionado as críticas a André.
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