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Anistia era mais um ato do golpe
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Anistia era mais um ato do golpe

A anistia era uma "saída de emergência" no caso de as coisas saírem tão errado quanto se viu
APOIADORES de Bolsonaro quebram janelas e invadem o Palácio do Planalto nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 (Foto: SERGIO LIMA/AFP)
Foto: SERGIO LIMA/AFP APOIADORES de Bolsonaro quebram janelas e invadem o Palácio do Planalto nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023

As investigações precisam ser acompanhadas com cuidado e rigor, mas as últimas informações sobre a trama golpista palaciana são aterradoras. Quando se junta o levante do 8 de janeiro, o caminhão-bomba no aeroporto, os distúrbios em frente à Polícia Federal e as explosões da semana passada na Praça dos Três Poderes, é de chamar atenção que se tenha tido a pachorra de propor anistia aos golpistas. Que a proposta, agora sepultada, tenha ido tão longe.

A anistia era mais uma peça no plano de golpe. Era uma “saída de emergência” no caso de as coisas saírem tão errado quanto se viu.

Chegou-se ao ponto de imprimir o plano de matar o então presidente eleito, entre outros, no próprio Palácio do Planalto. O deboche definitivo de Jair Bolsonaro (PL).

Acúmulo de contragostos

Como repetem aliados de Cid Gomes (PSB), o problema não foi só indicação do candidato governista a presidente da Assembleia Legislativa — posição que cabe ao partido de Cid, seja qual for, desde 2011. Pode-se divergir sobre muita coisa sobre os mais de dois anos de crise política no Ceará, mas acho que se há de concordar que Cid fez tanto quanto possível para recompor a aliança com o PT. Algumas coisas que nem acho que fossem as mais corretas.

Apesar disso, desde o fim de 2022, ele teve alguns revezes que aliados comentam. No fim de 2022, Danilo Serpa, um dos mais graduados auxiliares do hoje senador na fase final de governo, deixou a presidência do Complexo Portuário e Industrial do Pecém, o que teria pego Cid de surpresa. Trata-se de uma das posições mais relevantes da economia cearense. Foi remanejado para a Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece). Não é pouca coisa, mas não teria sido algo combinado. Em maio deste ano, caiu outra figura graúda do governo Cid: Quintino Vieira deixou a robusta Superintendência de Obras Públicas (SOP).

Sobre a Assembleia, aliados falam que Cid já ficou insatisfeito com a reeleição de Evandro Leitão (PT) para presidente, em 2023. Havia acordo na bancada do PDT para não haver reeleição e abrir espaço para mais parlamentares. Mas, com respaldo do PT, Evandro foi reconduzido no ano passado, o que pavimentou o caminho até a Prefeitura de Fortaleza.

TCE

Há expectativa na Assembleia sobre se há ambiente para Onélia Santana (PT) ser indicada conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A oposição diz que será a esposa de Camilo. A base aliada não confirma, mas também não nega.

Uma conversa imaginária entre irmãos

Não me parece que o afastamento de Cid e Elmano seja suficiente para reaproximar os irmãos Cid e Ciro Gomes (PDT). Mas, são família e há fatores envolvidos além do nosso alcance. Mas, o que deve passar pela cabeça de ambos?

Cid, após a eleição de 2022, disse que esperava que Ciro e Roberto Cláudio dessem razão a ele e reconhecessem o erro.

Agora, imagino que tenha passado pela cabeça de Ciro: “Eu avisei”. Do ponto de vista público, é a leitura de muita gente.

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