Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O episódio evidenciou quão frágeis são os laços que unem Cid Gomes à base governista estadual
A crise entre Cid Gomes (PSB) e Elmano de Freitas (PT) está contornada, problema resolvido, tudo volta às mil maravilhas? Não, porque o que foi evidenciado é que já estava longe das mil maravilhas, ou mesmo de um punhado delas. A eleição para presidente da Assembleia Legislativa, como foi ressaltado, foi o estopim, não o início dos problemas. O rompimento foi evitado, mas muita coisa ficou escancarada. Principalmente, a insatisfação de Cid com o andamento da situação.
O episódio evidenciou quão frágeis são os laços que unem Cid Gomes à base governista estadual. O rompimento chegou a ser dado como certo por aliados, por motivo talvez menos sério do que se poderia supor.
Vale lembrar, a razão para o senador comprar a briga no PDT, aprofundar o desentendimento com o irmão Ciro Gomes e implodir o antigo partido era para recompor a aliança rompida em 2022 e levar o grupo para a base de Elmano. Daí chamar atenção o quase rompimento por um desentendimento que não é menor, mas está longe de ser uma crise de enormes proporções.
Claro, Cid vinha insatisfeito, e falou isso publicamente, com a ida de Evandro Leitão para o PT e com a candidatura petista a prefeito. Viu aliados antigos perderam espaço governamental. Acabou ainda sem a indicação de vice na chapa. Ao longo da campanha, manteve-se afastado — ele não faz as coisas por acaso. Nem sempre é explícito, mas dá recados. Não foram entendidos — ou se fingiu não entendê-los.
A sucessão de episódios permanece aí. A insatisfação acumulada, também. Cid mostrou que não está com o governo Elmano a todo custo e a ferro e fogo. Aos aliados e adversários, ficaram visíveis as fissuras dentro de um dos pilares do governismo — o inaugural, ainda que não seja mais o principal.
Assunto encerrado?
O secretário da Articulação Política do governo Elmano, Waldemir Catanho (PT), foi entrevistado por Jocélio Leal e Juliana Matos Brito nesta terça-feira, no O POVO no Rádio, na rádio O POVO CBN. Catanho repetiu um mantra ao longo da entrevista: olhar para frente.
Catanho diz que houve conversas e reconhece ter havido divergências, como bem se nota. Mas, entende que não houve equívoco na ação do governo. Bem, penso que ele fala isso para fora.
Parece-me nítido que não era o melhor caminho deixar a situação chegar ao ponto em que esteve, na iminência do rompimento por um incômodo previsível, para depois haver o recuo com uma saída que podia ter sido construída antes. Tratar dessas coisas publicamente pode mais atrapalhar que ajudar, mas há ajustes que os operadores do Palácio precisam cuidar para dentro.
Aceno aos prefeitos
Catanho falou também sobre a relação com os prefeitos eleitos. Mencionou a disposição do governador em receber todos. “Os que se dispuserem a apoiar nosso projeto serão todos muito bem-vindos”, acenou.
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