Mandato tem 4 anos e quem decide continuidade é o eleitor
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Luizianne Lins (PT) não realizou Réveillon ao se despedir da Prefeitura da Capital, de 2012 para 2013, depois de não eleger o sucessor. O hoje governador Elmano de Freitas (PT) concorreu a prefeito, mas perdeu para Roberto Cláudio. O Réveillon era uma marca da gestão Luizianne, festa pública que surgiu na gestão dela. Após o cancelamento, naquele ano, o Governo do Estado, com Cid Gomes (PSB), na época aliado do prefeito eleito, assumiu a organização.
Assim como a gratuidade nos ônibus é a principal marca da gestão do prefeito Vítor Valim (PSB), que decidiu não concorrer à reeleição e apoiou Waldemir Catanho (PT), derrotado no segundo turno por Naumi Amorim (PSD).
Há décadas se fala de desmonte em prefeituras quando a oposição vence eleições. Nos casos de Fortaleza e Caucaia, ainda não sei se dá para chamar de desmonte totalmente, mas ao menos de uma parte das políticas públicas, é isso que está configurado.
Pelo histórico, pode-se apostar com boas chances de ganhar que os problemas não ocorreriam se o prefeito Sarto tivesse sido reeleito e se Valim tivesse eleito o sucessor. Verdade que, em Caucaia, os problemas de pagamento do programa em Caucaia não começaram agora. Mas, parece-me improvável que o programa fosse interrompido se Valim tivesse conseguido emplacar o sucessor.
Fortaleza está com problemas de caixa também, mas Sarto, entre o 1º e o 2º turno, mesmo já derrotado, reafirmava os três dias de Réveillon.
Todo governante quer ser reeleito ou eleger sucessor, mas, na política, a gana de vencer pode ser tanto maior quanto mais problemas há na gestão, passíveis de serem identificados por um adversário que chegue ao poder. Quando há continuidade ou um aliado assume, as coisas se acomodam, dá-se um jeito.
Truques contábeis são feitos, pagamentos são empurrados para frente e a vida segue. Em caso de derrota, não tem mágica que dê jeito. São feitos cortes e ajustes para fechar as contas. Afinal, ano eleitoral costuma ser quando se gasta mais, depois de se fazer caixa ao longo do mandato.
População não pode ser punida
Está errada a maneira de resolver as coisas com “jeitinho” quando a máquina não muda de mãos. E mais errado ainda é cortar serviços e interromper ações quando perde. O mandato tem quatro anos e precisa ser cumprido como tal. A gestão deve se preparar para ir até o fim. Alegações de necessidade de fazer ajuste são precedidas de período eleitoral, quando se gastou demais. Por vezes, acordos políticos garantem a aprovação das contas e assim a vida segue.
O eleitor tem direito de não reeleger um prefeito, de escolher a oposição. O trabalho de quem sai é cumprir as obrigações até o último dia de mandato. Sem interrupções, cortes e beicinho porque perdeu a eleição. Sem gestões que transmitam a imagem de que já terminaram antes do tempo e apenas "cumprem tabela" até a posse de quem sucederá.
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