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Camilo e Ciro no cenário de 2026
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Camilo e Ciro no cenário de 2026

Ciro Gomes deve ter sentido prazer com a pesquisa Paraná, que o coloca na frente de Camilo
Tipo Opinião
CAMILO Santana e Ciro Gomes em março de 2023, um dos últimos encontros públicos antes do rompimento (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita CAMILO Santana e Ciro Gomes em março de 2023, um dos últimos encontros públicos antes do rompimento

Na terceira semana de 2025, a eleição de 2026 é assunto nas rodas políticas e está na cabeça de todos os estrategistas. Para a população mesmo, a maioria está pouco se importando com eleição a essa altura. Mas os meios partidários já se agitam. Do fim de semana para cá, foram divulgadas duas pesquisas com o cenário presidencial de 2026. Uma da AtlasIntel, outra do Paraná Pesquisas. A Atlas traz dois cenários, ambos com Lula e nenhum com Bolsonaro. Inclui o ex-presidente em simulação de segundo turno. A pesquisa Paraná faz 12 simulações.

A Atlas não chega a fazer um cenário completo de Lula contra Bolsonaro — o ex-presidente está inelegível. Mas, o inclui numa simulação de segundo turno. Lula leva vantagem, embora seja menor que contra qualquer adversário no campo conservador.

Ambas as pesquisas incluem Pablo Marçal (PRTB), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União Brasil).

Na Atlas, sem Bolsonaro, é incluído o filho do ex-presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PL). Sergio Moro (União Brasil) também aparece.

Apesar de os dois cenários da Atlas incluírem Lula, a pesquisa também lista duas das atuais ministras que já concorreram a presidente: Marina Silva (Rede) e Simone Tebet (MDB).

A Atlas inclui o cantor Gusttavo Lima nos dois cenários. Na Paraná ele não está em nenhum dos 12, mas aparece na espontânea. São índices ínfimos, mas mostra que ele foi percebido, seja a eventual candidatura algo para se levar a sério ou não.

A Paraná mediu a aceitação também a Michelle Bolsonaro (PL) e Ratinho Jr. (PSD) no campo conservador. E, do lado progressista, a Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann e o cearense Camilo Santana.

O que significa o percentual de Camilo?

Camilo Santana (PT) tem 6,9%, num cenário em que Ciro Gomes (PDT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) empatam com 27,8%, cada. Ronaldo Caiado (União Brasil) tem 8,8% e Helder Barbalho (MDB), 3,1%. O índice de Camilo é bom ou ruim?

Isoladamente, para quem nunca concorreu em nível nacional, só em 2023 passou a ter visibilidade federal e não é alguém que esteja colocado como potencial candidato, é satisfatório como ponto de partida. Já considerando uma margem que o PT tem na partida, o desempenho não impressiona. Fica atrás de outros petistas incluídos na pesquisa além de Lula — Haddad e Gleisi. Provável indicativo de que Camilo ainda não é tão associado a Lula e ao PT.

Os números de Ciro

Diante dos acontecimentos de 2022 para cá, Ciro Gomes deve ter sentido prazer com a pesquisa Paraná. Ele alcança números bons, até surpreendentes para a realidade atual do ex-governador. E fica na frente de Camilo. Ele chega a picos de 27% em cenários sem Lula e sem Bolsonaro na disputa. Nas eleições presidenciais que disputou, nunca teve a metade disso. Mas, também nunca concorreu sem que fosse candidato ou Lula ou Bolsonaro ou os dois. Em 2022, pior desempenho entre as quatro vezes que concorreu a presidente, Ciro não chegou perto de 27% nem em Sobral. Quando o cenário o confronta contra ambos, ele fica em torno de 11%, que é perto do que sempre alcançou em disputas presidenciais — antes da derrocada de 2022.

A grande questão da pesquisa é entender o que acontece com Ciro daquela eleição para cá. Foi algo episódico e revertido? Ou uma derrocada que se aprofunda? A Paraná indica uma recuperação que os resultados dos aliados de Ciro nas eleições de 2024 nas prefeituras cearenses não sinalizou.

A pesquisa Atlas também fornece indicadores diferentes sobre Ciro. Nos questionários de intenção de votos, nem foi incluído. Numa lista de 12 políticos cuja imagem é avaliada, ele tem a segunda mais negativa. Só é melhor que a de Arthur Lira (PP). O ex-governador cearense aparece com 19% de imagem negativa e 67% de positiva.

Na pergunta sobre quem é a melhor opção para liderar a esquerda, Ciro tem 1,3%, atrás de personagens como Tabata Amaral (PSB), Guilherme Boulos (Psol) e João Campos (PSB). Deve ter também deixado Ciro feliz o fato de que Camilo não pontuou.

Foto do Érico Firmo

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