As vezes em que Cid disse que não será mais candidato
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Cid Gomes (PSB) disse que não pretende mais ser candidato. Afirmou não ter intenção de concorrer a governador nem a senador. Não é a primeira vez que ele trata do assunto. Repete a mesma coisa desde o começo do mandato de senador.
Ainda em 2019, ele já afirmava que não seria mais candidato a nada. Em 2022, ele repetiu: “Eu já tenho uma definição muito pacífica na minha vida de não ser mais candidato, mas isso não quer dizer que eu vou abandonar a política”.
Porém, de lá para cá, muita coisa mudou, em particular na política cearense e na família de Cid. Em 2023, já rompido com Ciro Gomes (PDT), ele admitiu abrir mão da vaga de senador para o irmão. “Da minha parte, o lugar sempre estará disponível para ele. Se ele quiser o Senado em 2026, terá meu apoio”.
Não parecia lá a maior das deferências, pois ele abria mão de algo que ele dizia já não querer fazia certo tempo. E que tampouco Ciro jamais sinalizou pretender. Mas, era um gesto.
De lá para cá, houve muitas movimentações políticas, relações estremecidas. Manter o mandato hoje significa mais do que representava para ele seis anos atrás. Mas, ele afirma manter a opinião.
Também é fato, todavia, que, antes da eleição do ano passado, Cid chegou a admitir concorrer a prefeito de Fortaleza. Então, não é uma coisa tão absoluta que ele não será candidato nunca mais.
Não é só querer ou não querer
Importante notar que Cid Gomes usa frases diferentes em relação a não concorrer a governador e a senador. “Eu não sou candidato a governador”, ele disse. E completou em seguida: “Não tenho pretensão nem de ser candidato a senador”. Observe que são coisas distintas. Uma coisa ele disse não ser. Outra coisa ele diz que não pretende ser. É parecido, mas não é igual.
Espaço de Cid
Cid reforça, porém, que não irá deixar a política. Aliás, bem-humorado, ele falou, com mais ênfase que qualquer um que eu já tenha visto, que seguirá fazendo política. “Eu não largarei a política. Dentro do caixão, eu estando no caixão, vocês ainda vão ver, eu vou pedir para fazer o sinalzinho do meu partido”. Estar na política significa ocupar espaços. Cid mesmo fala que muita gente quer a vaga de senador. Ele pode abrir mão. Duvido que a troco de nada. Algum espaço ele haverá de buscar — se não para ele próprio, para algum aliado. Basta ver a eleição para a Assembleia Legislativa, que abalou a base do governo Elmano de Freitas (PT).
Melhor evitar
A conselheira Onélia Santana, recém-chegada ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), declarou suspeição e não será a relatora das contas de governo de Elmano de Freitas (PT) referentes ao ano de 2025. Escapou de uma situação embaraçosa da qual não tinha como se sair bem. Os pareceres sobre contas de governo acabam sempre apontando problemas, ajustes e ressalvas. Se Onélia produz relatório com todas as constatações identificadas pela área técnica e apontando ressalvas às contas do governo do qual acabou de sair, seria um constrangimento. Um prato cheio para opositores dizerem: “Até a conselheira que era secretária até outro dia viu os problemas”. Mas, se ela faz um relatório sem nenhuma ressalva, seria inevitável pensar: “Mas também”. Foi melhor ter evitado.
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