Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O governador Elmano de Freitas (PT) participará ativamente da formação de chapa da candidatura à reeleição no ano que vem. Entende que parte da missão de liderar o projeto político governista no Estado é atuar na construção da decisão política. Porém, em café da manhã com jornalistas, na quinta-feira, 30, ele reforçou a intenção de deixar a discussão para 2026. Ele argumenta que a decisão, de todo modo, só será tomada no ano que vem. Antecipar o debate, Elmano defende, só serviria para criar conflitos na base — ou, acrescentou eu, antecipar os que ocorrerão de qualquer modo. “Uma decisão certa tomada na hora errada às vezes se torna errada”, afirmou.
Elmano segue o método de Cid Gomes (PSB), que prosseguiu com Camilo Santana (PT). Todo mundo, ou quase, que está no poder busca postergar definições. A antecipação embute o risco de esvaziar a administração em curso e, como disse Elmano, provocar conflito. Porém, Cid levou a situação a níveis extremos, ao adiar decisões até o limite do tempo.
Não é o método petista. O partido tem tradição de muita discussão interna, com calendário, encontro para definir tática eleitoral. Camilo nunca seguiu esses ritos, mas Elmano é petista raiz, formado nas instâncias partidárias. A conferir como irá conciliar os dois aspectos.
Insegurança na campanha
Da semana passada para cá, a segurança pública foi o foco das críticas de Capitão Wagner (União Brasil) e Roberto Cláudio (PDT), personagens mais visíveis da oposição enquanto André Fernandes (PL) segue submerso. Elmano disse ter a compreensão de que o tema será explorado eleitoralmente. "Mesmo que reduza 10%, 15%, ainda será alto (o índice de criminalidade). Não tem como não vir para a eleição". É verdade.
Destruir as facções
Elmano falou da segurança do Estado, mas ressaltou os limites para o combate a facções criminosas que hoje operam como multinacionais. Ele cobrou ação do Governo Federal. Tratou das organizações criminosas como problema do Estado brasileiro. Cobrou que haja ação com força para “desmantelar” e “destruir” as facções. Está certo. Mas, é para esse tipo de coisa que se espera que sirva a parceria entre governos no Estado e no plano federal.
Metas para educação
Elmano destaca a educação como mais bem-sucedida política pública cearense e ressalta a rede pública de ensino fundamental como a melhor do Brasil. O Estado, conforme apontou, já atingiu a meta do programa Alfabetização na Idade Certa de ter 80% das crianças alfabetizadas na faixa etária adequada. Ele afirma ter estabelecido nova meta, de chegar a 100% até 2030. O governador reconhece que o Ceará segue com muito a melhorar na educação, e é verdade.
Personagem da linha de frente na construção das políticas de educação no Ceará, Izolda Cela (PSB), ao se despedir do Governo do Estado, dizia que o Ceará não tinha educação pública de excelência. Ela considerava haver resultados importantes, em particular na comparação com o que o Estado teve no passado. E também ao tomar como parâmetro os outros estados. Mas, Izolda, com mais autoridade que qualquer um, dizia: “Não abro a minha boca para falar de resultados de excelência”.
Correto, porque não é mesmo. O Ceará avançou muito nessa área, mas ainda tem uma educação pública com deficiências. A celebração de números nas avaliações pode fazer parecer que a realidade é melhor do que de fato é.
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