Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O hospital universitário começa a funcionar parcialmente. começa com cirurgia vascular, oncologia, hematologia, urologia e cirurgia de cabeça e pescoço. Espera-se que as demais especialidades não demorem tanto para iniciar o atendimento
Foto: Aurélio Alves
Inauguração do Hospital Universitário do Ceará (HUC), ligado à Uece, em 19/03/2025, com presença do presidente Lula
O Hospital Universitário do Ceará, na Universidade Estadual do Ceará (Uece), foi inaugurado nesta quarta-feira, 19, e, para além do evento político, foi anunciado que recebeu 15 pacientes. Pode parecer uma obviedade, hospital inaugurado atendendo pacientes, mas o Ceará tem péssimos exemplos contrários.
O Hospital Regional do Sertão Central foi "inaugurado" no fim de 2014, quando Cid Gomes (PSB) encerrava o mandato de governador. No caso, entregaram o prédio. Não tinha equipamento, não tinha pessoal. Não colocava um esparadrapo. Além disso, o Estado atravessava uma brutal seca. Não tinha água para as pessoas, que dirá para instalar um equipamento daquele porte. Resultado: o hospital só começou a atender, de verdade, em outubro de 2016. Vamos combinar, um hospital atender 20 meses depois de "inaugurado" é um escândalo, um deboche com o interesse público.
O hospital universitário começa a funcionar parcialmente. começa com cirurgia vascular, oncologia, hematologia, urologia e cirurgia de cabeça e pescoço. Espera-se que as demais especialidades não demorem tanto para iniciar o atendimento.
(Em janeiro de 2013, o Hospital Regional Norte, em Sobral, foi inaugurado com show de Ivete Sangalo. Só depois da festa, os funcionários foram chamados para iniciar o treinamento. Menos de um mês depois, houve desabamento de uma marquise e operários ficaram feridos. Àquela altura, nenhum paciente tinha sido atendido.)
Lembrança 1
Na entrega do Hospital Universitário, senti falta de menção ao médico Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Cabeto. Ele foi o secretário da Saúde na época em que o equipamento foi concebido. Mais que isso. A ideia anterior era de um hospital no Anel Viário voltado para ortopedia. Ele convenceu o então governador Camilo Santana (PT) de uma concepção que sempre defende: um hospital que esteja vinculado à educação e à formação. Com aspecto também econômico e de equidade social.
Cabeto foi importante para Camilo na pandemia. Inclusive para fazer o então governador recuar quando iria permitir a retomada de atividades econômicas num momento bem prematuro da Covid-19. Deixou o governo de um jeito que não ficou nem bem explicado nem bem nas relações. Passou a ser crítico do grupo governista. Em 2022, só não foi candidato a suplente de senador na chapa de Roberto Cláudio (PDT) por causa do movimento político-judicial que tirou o PSDB da aliança de oposição.
Lembrança 2
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), anunciou recursos para o IJF e também para o Hospital da Mulher. Lembrou até que, no mesmo dia, o Corinthians dele e do presidente foi campeão. Mas, não lembrou da colega de PT, hoje deputada Luizianne Lins, e que foi a figura que botou para acontecer o Hospital da Mulher. Em dia movimentado no Congresso Nacional, Luizianne, como alguns outros deputados federais, não estavam no evento em Fortaleza.
Se Cabeto é hoje um adversário político, Luizianne é do mesmo partido, ainda que seja crítica. Seja como for, reconhecimento é questão de justiça a quem teve mérito naquilo que está sendo entregue. As coisas não começam do nada.
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