Ciro quer superar diferenças para "salvar o Ceará"
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: Daniel Galber - Especial para O Povo
CIRO Gomes se reuniu com bancada de oposição na Assembleia
Ciro Gomes (PDT) cruzou o Rubicão ao participar da reunião com bolsonaristas e aliados de Capitão Wagner (União Brasil), nessa terça-feira, 6, na Assembleia Legislativa. Verdade que o “exército” remanescente de Ciro já estava na outra margem do rio desde o segundo turno da eleição do ano passado. Ele próprio já estava com água pela canela. Na reunião, fez o mais significativo gesto de aproximação com grupo, até bem recentemente, francamente antagônico. Ciro não nega isso. Diz que é preciso reconhecer e mesmo valorizar as diferenças entre eles. Mais que isso: afirma que, no plano nacional, talvez as diferenças entre eles sejam incontornáveis. Porém, acredita ser possível uma aliança para salvar o Ceará. Reforçou ainda a perspectiva de Roberto Cláudio (PDT) como candidato a governador.
Para ver como são as coisas. O grupo de Capitão Wagner (União Brasil), representado na reunião de hoje, surge no Ceará como oposição ao grupo de Ciro e Cid Gomes. Para isso, em 2012, aliou-se ao PT para apoiar o hoje governador Elmano de Freitas a prefeito de Fortaleza, em 2012. Em 2014, apoiou Eunício Oliveira, do MDB da hoje vice-governadora Jade Romero, contra Camilo Santana, que na época era visto como mais Ciro e Cid que PT.
Ao lado deles está o bloco bolsonarista, a quem Ciro Gomes critica desde sempre com veemência, embora seja frequentemente acusado de ajudá-lo quando critica o PT e o presidente Lula. Nessa reunião com o bloco cearense, Ciro dá munição aos críticos. Mostra, de forma inequívoca, que hoje tem o PT como adversário principal, bem mais que Jair Bolsonaro (PL).
Guinadas
O fato de o grupo de Wagner, antes aliado do PT contra Ciro, estar hoje com Ciro contra o PT, é indicativo da inversão do protagonismo desde 2022, com Camilo Santana (PT) emergindo como principal líder político do Ceará.
Educação
Aliás, Ciro não deixou de falar de Camilo. Criticou a entrega da estrutura gerencial da educação no Estado à “fisiologia e ao clientelismo”. E cita que o Ceará vinha dando exemplos na área, “a ponto de o Camilo Santana surfar em Brasília como se entendesse alguma coisa de educação, o que não entende”, segundo ele.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa
Ciro repete o método já usado em outros momentos, de separar o cenário nacional do estadual. No segundo governo Cid Gomes (2011-2014), o MDB, na época ainda com o P, era o principal aliado do governo. Mas, em Brasília, Ciro criticava o partido sempre que abria a boca. Mas preservava a ala cearense. No segundo governo Camilo Santana (2019-2022), o PT se tornou alvo nacional, mas era preservado no Ceará.
A separação sobrevive até certo momento. Em 2014, quando Eunício Oliveira decidiu concorrer a governador, Ciro direcionou a ele todas as críticas que já fazia ao PMDB nacional, mas das quais o preservava até ali. E ainda acrescentou outros ataques mais.
Em 2022, foi Ciro que tomou a dianteira e passou a incluir o PT cearense nas críticas, inclusive de corrupção, quando ficou evidente que o partido não apoiaria Roberto Cláudio a governador.
Requisitos
Ciro disse que o deputado estadual Alcides Fernandes (PL), pai do deputado federal André Fernandes (PL), possui todos os "dotes" e "qualificações" para ser senador.
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