
Jornalista, divulgador científico e professor da Universidade Federal de Rondonópolis. É doutor em ecologia pela Universidade Autônoma de Madrid, Espanha
Jornalista, divulgador científico e professor da Universidade Federal de Rondonópolis. É doutor em ecologia pela Universidade Autônoma de Madrid, Espanha
Na minha coluna anterior (Microplásticos cobrem o planeta com o manto da fome) eu escrevi sobre impactos à natureza e à produção agrícola causados pelos microplásticos. A poluição plástica é também uma ameaça à saúde humana. Recentemente, cientistas canadenses publicaram um artigo na revista Brain Medicine (Human microplastic removal: what does the evidence tell us?), compilando evidências de danos à saúde causados pelos microplásticos. Eles também reuniram alguns conselhos para que possamos reduzir a ingestão desses poluentes.
Todos os anos, cerca de 25 milhões de toneladas de microplásticos são emitidas para o ambiente, e este valor deve duplicar até 2040. Os microplásticos estão presentes nos alimentos que comemos, na água que bebemos e no ar que respiramos. A exposição aos microplásticos pode levar a impactos adversos à saúde por meio de inflamações, disfunções imunológicas, alterações metabólicas e desenvolvimento anormal de órgãos.
Há evidências de que microplásticos podem estimular o surgimento de cânceres. Sua ingestão pode levar a consequências diretas ou indiretas a vários sistemas orgânicos, incluindo o respiratório, gastrointestinal, cardiovascular, hepático, renal, nervoso, reprodutivo, imunológico, endócrino e muscular. Pessoas com placas na artéria carótida nas quais há microplásticos têm um risco maior de sofrerem infarto do miocárdio e AVC.
Dada a presença generalizada de microplásticos no ambiente, eliminar completamente a exposição é irrealista. Uma abordagem mais prática é reduzir as fontes mais significativas de ingestão de microplásticos. A troca de água em garrafas plásticas por água da torneira poderia reduzir a ingestão de microplásticos através da ingestão de água em 95%. E é claro, prefira garrafas de vidro, e não de plástico, para armazenar água na sua geladeira.
Evite recipientes plásticos e opte por recipientes de vidro ou aço inoxidável. Aquecer alimentos em recipientes de plástico, especialmente no micro-ondas, pode liberar quantidades impressionantes de microplásticos – até 4 milhões de partículas por centímetro quadrado em apenas três minutos. Mesmo o armazenamento a longo prazo em temperatura ambiente ou na geladeira leva à eliminação sig O Povo nificativa de microplásticos. Esses microplásticos apresentam potencial tóxico, com estudos in vitro revelando até 77% de morte celular em células renais humanas, após exposição prolongada.
Não consuma alimentos ultraprocessados. Alimentos altamente processados, como nuggets de frango, contém 30 vezes mais microplásticos por grama do que peitos de frango, destacando o impacto do processamento industrial, que frequentemente usa plásticos em algum momento.
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