
Jornalista, divulgador científico e professor da Universidade Federal de Rondonópolis. É doutor em ecologia pela Universidade Autônoma de Madrid, Espanha
Jornalista, divulgador científico e professor da Universidade Federal de Rondonópolis. É doutor em ecologia pela Universidade Autônoma de Madrid, Espanha
Essa afirmação precisa ser o slogan de quem busca informação: rede social não é jornalismo. Os magnatas que controlam essas redes não estão interessados em assumir a responsabilidade pelos conteúdos que veiculam. Eles não estão comprometidos com a qualidade da informação, nem em exercer a editoria de conteúdos, filtrando usuários que lucram com a desinformação. Alguma informação, muita desinformação, notícias fraudulentas, mentiras e postagens caluniosas são espalhadas com o único critério da viralização.
Esqueça a falácia de que as redes sociais ampliam a liberdade de expressão. O jornal The New York Times noticiou que usuários que criticam Elon Musk na sua rede X perdem engajamento. É o oposto do que Musk diz defender — ele que se denomina "um absolutista da liberdade de expressão".
As notícias fraudulentas nas redes sociais usualmente alcançam mais pessoas do que notícias legítimas, atestam pesquisas acadêmicas. Falsas notícias propaladas por militantes do movimento antivacina circulam livremente pelas redes sociais. A mais recorrente associa falsamente a vacinação contra o sarampo, caxumba e rubéola - a vacina tríplice viral - à ocorrência de autismo em crianças. A origem dessa mentira foi uma pesquisa conduzida pelo médico britânico Andrew Wakefield. Ele fraudou e inventou dados que comprovariam um incremento de casos de autismo em crianças que receberam a tríplice viral.
Depois de divulgada sua pesquisa mentirosa, as taxas de cobertura da vacina caíram expressivamente em vários países. Centenas de crianças não vacinadas morreram. Um jornalista, Brian Deer, descobriu que Andrew Wakefield havia recebido dinheiro de advogados que moviam ações judiciais contra indústrias farmacêuticas, entre elas as que produziam a vacina tríplice viral.
Ele foi pago para prejudicá-las. Brian publicou reportagem no jornal The Sunday Times, revelando a fraude. Wakefield perdeu seu registro e foi proibido de exercer a medicina no Reino Unido. Hoje ele se dedica a espalhar mentiras sobre vacinas, e é interessante a afirmação deste delinquente: "As mídias sociais ofereceram uma alternativa às 'falhas da grande mídia'". Ao contrário: a imprensa profissional, ética, é a melhor alternativa contra os oceanos de desinformação das redes sociais.
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