
Fernando Costa é sociólogo e publicitário
Fernando Costa é sociólogo e publicitário
Tem algo de podre no reino da Dinamarca e adjacências, o fantasma do comunismo já não ronda a Europa e o fedor do cio da cadela do fascismo se espalha pelo mundo. 2024 cheira a 1933, a extrema direita vai tentar, mais uma vez, levar a humanidade para uma inquisição.
Homens e mulheres de bem no Brasil defendem a punição de crianças estupradas e fazem vista grossa para os estupradores. O toque histriônico da Lira louca da Câmara dos Deputados encurrala a democracia brasileira.
O canto da sereia das esquerdas foi substituído pelas dancinhas do TikTok, pelos likes, compartilhamentos e engajamentos das mídias sociais, onde cada um é personagem de si mesmo e poucos são personagens de milhões.
Uma esquerda que não mais conjuga o verbo revolucionar e foge da luta de classes como um vampiro foge de um dente de alho não pode prosperar.
É mais fácil e mais lucrativo se embrenhar nos nichos do identitarismo, cada qual com seu cada qual, onde a ditadura do proletariado foi substituída pelo local de fala. Cala a boca, Calabar.
Parece que só a inutilidade pode nos salvar. Como a inutilidade de ficar parado numa esquina esperando Godot ou apoiado no umbral de uma janela olhando para uma tabacaria.
A inutilidade da literatura, da poesia, o decrescimento econômico, a desconcentração de renda e tudo o mais que pareça inútil aos olhos do capitalismo podem ser o caminho para um mundo mais equilibrado.
A utopia vencendo a distopia se ainda houver tempo para resolver o desequilíbrio climático. Pausa para olhar as redes sociais.
Paro de digitar por quinze minutos e tomo conhecimento que hoje, ontem para você que agora lê, no Ceará teve uma chacina na qual morreram sete jovens entre 16 e 26 anos, o prédio da Assembleia Legislativa foi atingido por um incêndio e Lula, no Ceará, declarou que: " Muitas vezes que radicalizei fiquei sem nada".
Mas sem radicalizar o nada já está garantido e talvez o voto seja algo inútil para derrotar a extrema direita e a sanha neopentecostal que assola o Brasil.
Aqui termina um texto inútil. n
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