Fernando Costa é sociólogo e publicitário
Fernando Costa é sociólogo e publicitário
O quase imorrível Claude Levi- Strauss, aquele que segundo Caetano Veloso detestou a baia de Guanabara porque ela lhe pareceu uma boca banguela, escreveu um dia que não pensamos somos pensados. Depois vieram entre outros Marshall Sahlins e Zygmunt Bauman e transformaram as estruturas rígidas de Strauss em algo entre amorfo e líquido. E hoje não sabemos direito em que estado essas estruturas se encontram.
O que parece que sabemos, se é que podemos saber de algo, é que nada mais está como sempre foi. Podemos desconfiar que a velha questão: civilização ou barbárie finalmente foi resolvida e não precisa pensar muito ou ser pensada para saber a resposta: desde as invasões de Atila até a ascensão do nazismo, a humanidade não havia presenciado um modo de vida tão bárbaro, com todo respeito aos bárbaros, desde que o estado sionista de Israel, tendo à frente a besta humana que atende pelo nome de Netanyahu, resolveu empreender o genocídio do povo palestino. São 40 mil mortos no último ano. Não, não vou condenar o Hezbollah.
"Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem" Bertold Brecht.
Não parece que, a longo prazo, nada que chegue perto de alguma justiça social tenha alguma chance de vencer a guerra hegemônica travada nas redes sociais e nas ruas destruídas de Gaza, do Líbano, da Ucrânia e muito menos das periferias das grandes e pequenas cidades brasileiras. Mas o bem-intencionado Ailton Krenak acha que não ou pelo menos que: "Nós não podemos nos render a essa narrativa de fim do mundo. Essa narrativa é para nos fazer desistir dos nossos sonhos".
Oxalá ele esteja com a razão, mas quero crer que Jonh Lennon continua com razão: "O sonho acabou".
Mas, antes que tudo passe, espero que Fortaleza, "minha arena e ataúde" resista ao fascismo. Cada mísero voto conta pra evitar que a tragédia seja maior que a que aí esta, uma cidade onde a elite econômica sonha em morar na Dubai do Nordeste, o segundo Balneário Camboriú, duas aberrações urbanas de frente para o mar e de costas para a desigualdade social.
Fortaleza mais uma vez tem que resistir como resistiu quando elegeu Maria Luiza e Luizianne Lins.
Vamos ter que escolher entre a civilização e a barbárie. Fique à vontade.
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