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Um mundo Kafkiano
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Fernando Costa é sociólogo e publicitário

Um mundo Kafkiano

Ao contrário do império romano, destruído por povos chamados bárbaros, o império americano será destruído por bárbaros chamados capitalistas
Tipo Opinião
Fernando Costa, sociólogo e publicitário (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Fernando Costa, sociólogo e publicitário

Na última quarta-feira, como Gregor Samsa, acordei de sonhos intranquilos, não metamorfoseado num inseto monstruoso, mas impactado devido à eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos (lembrando aos acéfalos que a eleição de Trump não torna Bolsonaro elegível).

Não que existisse qualquer esperança em relação à Kamala Harris, sempre soube que os interesses americanos, seja por parte dos democratas ou republicanos, foram e serão em sua maioria contrários aos interesses dos povos latino-americanos. Mas, mais uma vez, foi a economia que determinou o resultado eleitoral na América, não foi o apoio do governo Biden ao extermínio dos palestinos, a maioria dos americanos acha que a política americana em relação a Israel está dentro do aceitável. Também não foram questões como o aborto ou a discriminação racial, a população negra que, em 2020, garantiu uma virada histórica para a vitória de Biden, no estado da Geórgia, se arrependeu de ter votado em um candidato democrata.

O que costumava-se chamar de capitalismo selvagem, em 1970, tornou-se o capitalismo bárbaro, que não tendo mais o que destruir e chegando no limite da concentração de renda possível, tornou-se autofágico. Quase tudo indica que parece que vamos presenciar a queda de mais um império e o fim da maior ilusão política vendida a séculos: a democracia americana.

Ao contrário do império romano, destruído por povos chamados bárbaros, o império americano será destruído por bárbaros chamados capitalistas. O que dizer de uma democracia que permite que um condenado criminalmente possa se candidatar à presidência da república (Lula foi absolvido) e que simplesmente ignora a compra de votos, que foi feita por Elon Musk ao sortear um milhão de dólares por dia para quem votasse em Trump.

Musk, certamente, será o CEO da presidência americana no próximo mandato e as pressões sobre o judiciário brasileiro virão não via X, mas via Casa Branca.

O fato é que a extrema direita obteve uma vitória histórica, o fascismo venceu nos corações e nas mentes da maioria dos americanos.

Doravante com Trump, Putin e Netanyahu à frente de boa parte do destino do planeta... Vamos pensar em Hitler e Mussolini como crianças malvadas de um jardim da infância da humanidade.

Em tempo, as pesquisas eleitorais, lá e aqui, mostram que os institutos de pesquisa não estão sabendo perguntar ou os pesquisados são mitômanos compulsivos.

 

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