Fernando Costa é sociólogo e publicitário
Fernando Costa é sociólogo e publicitário
O mundo já esteve melhor, é fato, mas também já esteve pior, é inegável. Quem lembra da Guerra Fria recorda o medo, que hoje se mostrou infundável, do mundo acabar numa guerra entre os EUA e a União Soviética. Agora, o medo parece mais real ou a realidade parece mais amedrontadora.
Estamos por um fio, ou por um clique, mas pode ser que o movimento seja, mais uma vez, só de acomodação. Nós achávamos o Ronald Reagan reacionário, mas não era, nem de longe, um tresloucado como Donald Trump.
Os Dirigentes Soviéticos eram stalinistas, é fato, mas beijavam os camaradas na boca. Gorbachev fez o ocidente se apaixonar por ele com a sua Perestroika e a Glasnost. Iéltsin dançava em público completamente embriagado, nada comparável a essa raspa de tacho stalinista chamado Putin.
A ditadura de Mao não fabricava bugigangas "made in China", mas fez uma revolução dita cultural que, até hoje, não se sabe exatamente o tamanho do estrago. A China de hoje, com seu comunismo capitalista, parece bem melhor.
Por aqui, haveremos de concordar que o generalato brasileiro, para nossa sorte e da democracia, piorou muito. Castelo Branco, Costa e Silva e Geisel eram ditadores e golpistas, mas cá pra nós, comparar com um Braga Netto e um Augusto Heleno é de fazer gargalhar o Duque de Caxias. Onde já se viu general dar golpe de estado para entregar o poder a um capitão escalafobético como Jair Bolsonaro.
É difícil dizer se o mundo já esteve melhor ou pior. Do ponto de vista climático, só Cubatão melhorou.
É fato que não existiam Homens-Estado, como Elon Musk e Jeff Bezos, éramos apaixonados por Steve Jobs e Bill Gates, eles criaram brinquedos maravilhosos que se transformaram em armas mortíferas nas mãos dos Musks da vida.
O polegar posterior que nos fez "evoluir" e controlar as outras espécies e a natureza, hoje, nos transforma em idiotas que passam horas e mais horas esfregando o polegar numa tela de vidro para saber o que o Zé Felipe deu de presente para o filho dele ou que uma pessoa chamada Virginia comprou um Rolex para o namorado. Já não fotografamos o outro, mas a nós mesmos. O ego venceu o coletivo.
Estamos no longínquo 2025, quem idealizou o ano 2000 na infância sabe do que estou falando, e o futuro que imaginávamos parece que foi definitivamente cancelado, primeiro pelo liberalismo da escrota Margaret Thatcher e, agora, será enterrado pelo não menos Donald Trump. Feliz Ano Novo.
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