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No futebol, Argentina tem sido tudo que o Brasil não consegue
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Editor Chefe de Esportes do O POVO; apresentador do Esportes do Povo no Canal FDR e nas rádios O POVO CBN e CBN Cariri e plataformas digitais; comentarista de esportes da Rádio O POVO CBN/CBN Cariri. Além de Comunicação, é formado em Direito

No futebol, Argentina tem sido tudo que o Brasil não consegue

É exatamente tudo que a seleção brasileira hoje não consegue ser. Cada vez mais distante da torcida, insegura, desorganizada em campo e fora dele, sem líderes técnicos e comportamentais
Tipo Opinião
Argentinos comemoram na campanha do título da Copa América 2024 (Foto: CHARLY TRIBALLEAU / AFP)
Foto: CHARLY TRIBALLEAU / AFP Argentinos comemoram na campanha do título da Copa América 2024

Os argentinos fizeram de novo. O quarto título seguido em um período de três anos (Copa América 2021, Finalíssima 2022, Copa do Mundo 2022 e Copa América 2024) mantém a seleção no topo do mundo. Como eles chegaram a esse nível após quase três décadas de dolorosas decepções? Para entender, é relevante voltar ao ano de 2021.

Era o auge da pandemia e o então presidente Jair Bolsonaro resolveu socorrer a Conmebol (Colômbia e Argentina tinham desistido de organizar o torneio) para realizar a Copa América por aqui, ainda que o País tivesse taxas terríveis de morte por coronavírus. Inicialmente sem torcida e com manifesto dos jogadores brasileiros contra a competição, a Copa América ocorreu e, no Maracanã, a Argentina derrotou o Brasil na final (1 a 0), golaço de Di Maria.

Depois de 28 anos de amarguras profundas, a Albiceleste ganhava um título relevante e na casa do principal rival mundial. A conquista daquele 10 de julho de 2021 ganhou contornos épicos e foi celebrada de forma efusiva — até hoje é lembrada —, inclusive por ser a primeira de Messi pela seleção.

Ali começava a se formar um grupo extremamente vencedor e comprometido, comandado por Lionel Scaloni desde 2019, mas, a partir de então, com plena certeza do que era capaz, livre dos muitos dissabores no período, como a perda da Copa do Mundo do Brasil para a Alemanha, em 2014, ou as cruéis derrotas nas finais da Copa América em 2015 e 2016.

A confiança adquirida com o título de 2021 ficou ainda mais robusta após a vitória sobre a Itália, por 3 a 0, na Finalíssima de 2022, disputada no meio do ano, em Wembley. Seis meses depois, a Argentina chegava extremamente forte para a Copa do Mundo, madura e convicta das possibilidades reais, e o chocante tropeço contra a Arábia Saudita deu ainda mais energia para o grupo, que levantaria o título numa final épica contra a França, algo que parecia impossível um ano e meio antes.

A conquista de domingo passado, diante da bom time da Colômbia, na Copa América dos EUA, também é fruto de tal cenário estabelecido a partir de 2021. É um elenco tranquilo em campo, sem desespero, formado por atletas que se gostam — mais do que isso, se admiram —, compartilhando de forma perceptível um sentimento genuíno de amor e gosto pela seleção, abraçado pelo torcedor, abraçado pelo país.

É exatamente tudo que a seleção brasileira hoje não consegue ser. Cada vez mais distante da torcida, insegura, desorganizada em campo e fora dele, sem líderes técnicos e comportamentais, deixando claro a ausência completa de uma linha de trabalho coerente, competente e comprometida.

Já viu?

A Copa do Mundo de Messi: A Ascensão da Lenda. O documentário acompanha a campanha da Argentina na Copa do Catar e, paralelamente, traça uma linha do tempo da carreira de Messi, desde sua primeira partida pela equipe. Onde: Apple TV

Mais 3!

1. Técnico do Fortaleza, Vojvoda foi jantar, no sábado passado, com a mulher e os três filhos em um conhecido restaurante no Meireles. De férias escolares, os meninos estão por aqui

2. Chamou demais a atenção o fato do técnico ser interrompido a todo momento por torcedores, mas jamais perder a gentileza. Tirou inúmeras fotos e distribuiu simpatia

3. Não sei quanto tempo ainda vai durar a passagem de Vojvoda pelo Fortaleza, mas além da competência, ele vai deixar a lembrança da simplicidade e da gratidão

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