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Punição a Ceará e Fortaleza por violência de torcedores é inócua e sem sentido
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Âncora do programa Esportes do Povo nas rádios O POVO CBN e CBN Cariri, além do Canal FDR TV e plataformas digitais; comentarista de esportes da Rádio O POVO CBN e CBN Cariri; colunista do O POVO impresso, O POVO+ e redes sociais do O POVO. Além de Comunicação, é formado em Direito

Punição a Ceará e Fortaleza por violência de torcedores é inócua e sem sentido

A solução passa por endurecimento das leis, trabalho de investigação, inteligência policial e punições rigorosas aos indíviduos
Tipo Opinião
Estádio Castelão.  (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Estádio Castelão.

Ceará e Fortaleza foram punidos, nesta semana, pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol em razão dos lamentáveis episódios de violência entre seus próprios torcedores, ocorridos dentro de estádios (PV e Domingão) em partidas do Campeonato Cearense 2025. Perderam dois mandos de campo cada (o Horizonte, mandante do jogo contra o Fortaleza, perdeu um) e terão que pagar alguns trocados de multa. Vão recorrer.

A decisão do TJDF-CE não é incomum no Brasil, pelo contrário, mas segue absolutamente inócua e, do ponto de vista prático, não causa impacto algum para quem cometeu os atos criminosos. 

Partidas com portões fechados, perdas de mando e multas são frequentemente aplicadas pelo tribunais esportivos pelo país. No entanto, tal estratégia, além de ineficaz sob qualquer aspecto, penaliza inocentes e não ataca a raiz do problema. Já são décadas e décadas assim.

A responsabilidade por atos violentos deve ser completamente individualizada. A grande maioria dos torcedores comparece aos estádios para apoiar seus times pacificamente, mas acaba sofrendo sanções coletivas por culpa de uma minoria criminosa. Quando uma pessoa comete um crime qualquer, seja em qualquer lugar, a punição recai sobre ela. Não se pune CNPJ. No futebol, no entanto, adota-se um critério diferente e, muitas vezes, ilógico.  

Há um outro ponto: os clubes têm pouco controle sobre o comportamento de torcedores. É possível tomar algumas atitudes preventivas, mas a responsabilidade está com as autoridades públicas. Acreditar que uma equipe de futebol tem o poder de coibir totalmente a violência de seus adeptos é ignorar a complexidade do problema.

A solução passa por endurecimento das leis, identificação correta, trabalho de investigação e inteligência policial, maior fiscalização e punições rigorosas aos indivíduos violentos. Enquanto a responsabilidade coletiva for a regra, a violência segue tranquilamente e os verdadeiros culpados continuarão impunes, cometendo crimes dentro e fora dos estádios.

Foto do Fernando Graziani

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