Âncora do programa Esportes do Povo nas rádios O POVO CBN e CBN Cariri, além do Canal FDR TV e plataformas digitais; comentarista de esportes da Rádio O POVO CBN e CBN Cariri; colunista do O POVO impresso, O POVO+ e redes sociais do O POVO. Além de Comunicação, é formado em Direito
O pior de tudo, convenhamos, é que a postura de clubes, jogadores, treinadores, dirigentes e até dos torcedores contribui para perpetuar esse estado de coisas
Foto: Rodrigo Ferreira/CBF
Equívocos de arbitragem se acumulam jogo após jogo no Brasil
A arbitragem no futebol brasileiro continua em crise infinita. Os erros são cometidos com frequência alarmante, tanto em campo quanto no VAR. Durante a segunda rodada da Série A, mais uma vez, o desempenho foi marcado por falhas grotescas, prejudicando partidas e contaminando resultados de Cruzeiro, Sport e São Paulo, apenas para citar três clubes. Tal cenário não é novidade, mas uma constatação que assombra o esporte mais popular do País.
O pior de tudo, convenhamos, é que a postura de clubes, jogadores, treinadores, dirigentes e até dos torcedores contribui para perpetuar esse estado de coisas. Quando uma decisão prejudica uma equipe, as críticas são intensas. No entanto, quando o erro a favorece, o silêncio prevalece.
Estamos sempre diante da revolta seletiva. A mesma postura é observada tanto dentro das quatro linhas quanto fora delas: jogadores, treinadores e até os próprios torcedores tendem a fechar os olhos para os erros que beneficiam seu time, como se essa "ajuda" fosse um mal necessário para equilibrar as forças. Não existe uma busca sincera pela justiça esportiva.
Clubes e federações não parecem dispostos a buscar melhorias reais na arbitragem. A unanimidade com que votaram na eleição do atual presidente da CBF, apesar das sérias falhas no sistema, é um reflexo de que a insatisfação com o quadro atual é apenas superficial.
A falta de investimentos em treinamentos diários, no aperfeiçoamento técnico e na profissionalização dos árbitros, somada à inexistência de salários fixos e uma supervisão constante, impede que a arbitragem evolua, possa ser cobrada efetivamente e acompanhe a crescente complexidade do futebol moderno. Afastar os árbitros incompetentes pouco adianta, porque os substitutos farão bobagem também.
Esse ciclo vicioso, onde todos estão mais preocupados com seus próprios interesses imediatos do que com a melhoria geral, demonstra falta de comprometimento genuíno. O futebol brasileiro carece de troca de mentalidade. Ceará e Fortaleza ainda não sofreram com erros clamorosos nas duas primeiras rodadas, mas certamente estarão no rol em breve. A busca por um futebol mais justo e transparente deveria ser um objetivo comum, sem hipocrisia e com uma vontade real, garantindo um sistema que funcione de forma eficiente e com critérios claros.
O número que importa
Depois de 20 jogos realizados na Série A — duas rodadas completas —, nenhuma equipe somou seis pontos, algo que não ocorria desde a edição do ano de 2016, retrato importante do tamanho da dificuldade do campeonato.
Ainda sobre as estatísticas da Série A, foram 10 vitórias dos mandantes, oito empates e apenas duas vitórias dos visitantes. No total, foram 46 gols marcados, média de 2,3 por partida. Os mandantes fizeram 31 gols, enquanto os visitantes marcaram 15 vezes, uma enorme diferença de desempenho.
Mais 3!
1. O Ceará foi o único time do Nordeste a ganhar uma partida na 2ª rodada da Série A, o 2 a 0 sobre o Grêmio.
2. Na 1ª rodada, apenas o Fortaleza, entre os nordestinos, somou os três pontos, ao bater o Flu por 2 a 0.
3. Já o Vitória, levando em conta os clubes da região Nordeste, é o único que ainda não somou pontos na Série A.
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