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Egos na sala
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Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.

Gal Kury opinião

Egos na sala

Professores, pesquisadores e acadêmicos, frequentemente vistos como guardiões do saber, não estão imunes à vaidade e à competição exacerbada. Na luta por reconhecimento e status, o saber acaba ofuscado por jogos de poder
Tipo Opinião
Sala de aula (Foto: Drazen Zigic | Shutterstock)
Foto: Drazen Zigic | Shutterstock Sala de aula

O mundo acadêmico, idealizado como um refúgio de conhecimento e colaboração, esconde por vezes uma realidade competitiva e traiçoeira. Muito se fala sobre o ambiente corporativo, marcado por rivalidades e ambições desmedidas, mas a academia não fica atrás. Dentro de suas paredes, uma guerra silenciosa de egos se desenrola, onde pequenas autoridades são usadas como armas para prejudicar quem incomoda.

Professores, pesquisadores e acadêmicos, frequentemente vistos como guardiões do saber, não estão imunes à vaidade e à competição exacerbada. A luta por reconhecimento e status alimenta um ambiente onde o saber é ofuscado por jogos de poder.

Em vez de serem incentivadores do progresso e do pensamento crítico, alguns acadêmicos utilizam sua posição para se autopromoverem, transformando a busca pelo conhecimento em um campo de batalha pessoal.

A mediocridade, nesses casos, se manifesta de maneira insidiosa. Pessoas que não possuem destaque intelectual ou não conseguem se destacar por seu trabalho acadêmico e atuação de mercado, acabam utilizando os pequenos poderes que detêm para exercer controle sobre outros. São esses indivíduos que, por insegurança ou ressentimento, sabotam projetos, dificultam a vida de colegas ou manipulam processos de avaliação e publicação, tiram grandes professores do contato com alunos, em um ciclo vicioso de desconfiança e hostilidade.

Enquanto no mundo corporativo a competição é explícita, no ambiente acadêmico ela é disfarçada de cooperação e erudição. No entanto, as cicatrizes da guerra de egos são profundas e duradouras. Pesquisas são atrasadas, talentos sufocados, e a qualidade do ensino comprometida. Em vez de construir um legado de conhecimento e inovação, muitos acadêmicos se perdem em batalhas pessoais, deixando que inseguranças e rivalidades ditam suas carreiras.

O verdadeiro valor da academia está em ser um terreno fértil para o crescimento intelectual e humano, e não em um campo de batalha para egos inflados e ambições frustradas, em um cenário no qual todos perdem.

 

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