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Padrões e Realidades
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Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.

Gal Kury opinião

Padrões e Realidades

Essa ideia de que existe um padrão de vida que deve ser seguido é algo profundamente enraizado em nós. Vem da educação que recebemos desde cedo e, hoje em dia, é ainda mais reforçada pelas redes sociais
Tipo Opinião
Gal Kury tem mais de 30 anos de atuação com foco em Marketing Estratégico (Foto: Camilla Albano/ Acervo pessoal)
Foto: Camilla Albano/ Acervo pessoal Gal Kury tem mais de 30 anos de atuação com foco em Marketing Estratégico

Sempre que viajo de carro para o interior, me pego observando aquelas pequenas cidades, muitas delas famosas pelos quebra-molas que nos obrigam a reduzir drasticamente a velocidade. Às vezes, são lugares tão pequenos que mal podem ser chamados de cidades - são povoados, na verdade. E aí, não tem como evitar: começo a pensar sobre a vida dessas pessoas. O que elas fazem? Como é o dia a dia delas?

Temos uma tendência natural de comparar a vida alheia com a nossa, como se o nosso estilo de vida fosse o único modelo a ser seguido. Mas, a verdade é que essas pessoas também têm suas próprias necessidades, desejos e uma forma própria de viver em sociedade. Isso sempre me faz refletir: por que presumimos que nossa "bolha" de vida é o padrão? Por que acreditamos que é o único caminho certo a ser trilhado?

Há um certo olhar de pena quando pensamos nessas comunidades. Muitos de nós, ao passar por esses locais, questionamos: "Será que eles vivem sem acesso a nada?" Mas será que esse "nada" que imaginamos não é, na verdade, o "tudo" para eles? Ou será que somos nós que, vivendo em grandes cidades, nos enganamos ao acreditar que nosso estilo de vida é o modelo ideal?

Essa ideia de que existe um padrão de vida que deve ser seguido é algo profundamente enraizado em nós. Vem da educação que recebemos desde cedo e, hoje em dia, é ainda mais reforçada pelas redes sociais. Com influenciadores ditando regras sobre como ser feliz, como fazer isso, como fazer aquilo, acabamos engolindo um conjunto de normas sobre o que é considerado "correto". Essa pressão constante para seguir um modelo é tão forte que há até aquela frase famosa: "como ser uma menina padrão". Mas, afinal, o que é esse padrão? Será que viver numa cidadezinha à beira da estrada é realmente tão ruim?

Existem diversas maneiras de viver, e cada uma delas tem o seu próprio valor. O que importa, no fim, é entender que há muitas realidades além da nossa e que, talvez, o que parece estranho ou inferior para nós, seja exatamente o que traz sentido e felicidade para os outros

 

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