Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.
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Nos últimos dias, uma notícia digna de um enredo de ficção científica tomou conta dos principais veículos de comunicação: longas filas se formaram em São Paulo para que pessoas vendessem o escaneamento de sua íris em troca de criptomoedas. O que pode parecer um simples avanço tecnológico levanta preocupações éticas, de privacidade e de segurança digital. Além da falta de preocupação de milhares de brasileiros que receberam menos de R$ 700,00 para ter sua identidade única vendida, sem ter certeza do seu destino.
A íris, assim como uma impressão digital, é uma característica única de cada indivíduo e tem sido amplamente utilizada como um método de autenticação biométrica. No entanto, o fato de muitas pessoas aceitarem negociar esse dado sensível sem considerar as possíveis consequências desperta um alerta: estamos subestimando os riscos dessa transação?
O programa World ID, desenvolvido pela empresa Tools for Humanity (TFH), tem como objetivo declarado criar uma identidade digital única e universal, baseada no escaneamento da íris. A justificativa é combater fraudes e fortalecer a segurança no ambiente digital. Contudo, desde sua criação, a iniciativa tem sido alvo de críticas e ações judiciais em diferentes países.
A proposta pode parecer vantajosa para muitos, especialmente para aqueles em situações financeiras delicadas, que veem na troca de informações biométricas por criptoativos uma oportunidade rápida de ganho. Mas será que os benefícios imediatos superam os riscos de longo prazo?
A principal preocupação é a segurança e o uso indevido dessas informações. Não há garantia de que os dados biométricos coletados serão utilizados apenas para os fins declarados pela empresa.
A pergunta que devemos nos fazer não é apenas "Quanto vale a sua íris?", mas "Quem realmente se beneficia dessa transação e quais serão as consequências a longo prazo?" Antes de ceder informações tão sensíveis, é essencial refletir sobre os impactos e exigir transparência sobre seu real destino.
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