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Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.
Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.
Se você já se deparou com um tweet composto por palavras soltas, sem vírgulas, sem contexto aparente, bem-vindo ao universo da Geração Alfa (pessoas nascidas a partir de 2010, imersos no digital) no X (ex-Twitter). Um espaço onde a gramática tradicional foi deixada de lado e a comunicação se tornou um experimento quase abstrato.
Essa nova forma de escrever nas redes sociais - desconexa, fragmentada, muitas vezes parecendo um fluxo de consciência interrompido - não é um erro, mas sim uma escolha. O que para alguns parece um balbucio digital, para outros é um código de pertencimento, uma nova estética da linguagem que reflete a rapidez e o dinamismo da internet.
O Twitter sempre foi um terreno fértil para o surgimento de novos estilos de escrita. No passado, os 140 caracteres impunham a necessidade de abreviações e criatividade para condensar pensamentos. Hoje, mesmo com a ampliação do limite para 280 caracteres, a Geração Alfa opta por um formato ainda mais radical: tweets curtos, desconstruídos, às vezes limitados a uma única palavra enigmática.
A estrutura tradicional de um texto - introdução, desenvolvimento e conclusão - já não se aplica. No lugar, surgem frases isoladas, espaçadas, que se completam apenas no subtexto. Algo como: "fui na padaria pão choro".
Para um observador externo, isso pode parecer um erro, um tweet inacabado, mas para os que estão imersos na lógica digital, há um entendimento implícito. Esse tipo de publicação carrega um tom cômico e absurdo, um humor construído mais pela forma do que pelo conteúdo. O tweet, nesse contexto, se torna um enigma a ser interpretado pelo público.
A comunicação sempre evolui conforme o meio em que está inserida. O que hoje parece um caos pode, no futuro, ser visto como uma nova lógica estrutural da linguagem. O desafio é entender os limites dessa mudança e encontrar um equilíbrio entre inovação e clareza. Até lá, seguimos tentando decifrar os tweets da Geração Alfa - ou talvez apenas aceitando que, às vezes, um "pão" solitário pode dizer muito mais do que parece.
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