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Menos telas, mais criatividade
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Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.

Gal Kury opinião

Menos telas, mais criatividade

Com a implementação da Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares em escolas públicas e privadas no Brasil, muita gente se perguntou: como os alunos vão se comportar?

Um ótimo exemplo veio do Colégio Santa Cecília, em São Paulo. Os estudantes da 3ª série C do Ensino Médio encontraram uma solução divertida e inovadora para manter o convívio social e estimular a imaginação: criaram o "Twitter Físico", um mural em que colam bilhetes que simulam postagens de uma rede social. A brincadeira começou de maneira despretensiosa entre amigos, mas logo conquistou toda a turma e até os professores, que também passaram a deixar seus "tweets" de papel.

Além de aproximar colegas que antes interagiam mais por telas do que pessoalmente, a dinâmica criou oportunidades para a turma debater temas do dia a dia de maneira leve e descontraída. Logo, várias outras escolas incorporaram a ideia.

Especialistas na área da educação e do desenvolvimento infantil têm defendido a importância de estimular atividades off-line dentro das escolas. Segundo Marlova Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil, é fundamental ir além da simples restrição do uso de dispositivos móveis. Para ela, as escolas devem investir em alfabetização midiática e em alternativas que incentivem a interação presencial e saudável entre os alunos.

Atividades como esportes, jogos de tabuleiro, projetos artísticos e iniciativas como o "Twitter Físico" são exemplos práticos de como é possível transformar o ambiente escolar em um espaço mais colaborativo e produtivo, sem depender exclusivamente da tecnologia. Em um mundo cada vez mais conectado, a alfabetização midiática se tornou uma habilidade fundamental. Mais do que saber ler e escrever, ela envolve a capacidade de acessar, analisar, avaliar, criar e participar de conteúdos de maneira crítica e consciente.

Ao desenvolver essas competências, os alunos não apenas se tornam usuários mais conscientes da tecnologia, como também aprendem a reconhecer interesses, intenções e impactos por trás das mensagens que consomem no dia a dia. n

 

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