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Economia prateada: a revolução cinza que já começou
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Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.

Gal Kury opinião

Economia prateada: a revolução cinza que já começou

A economia prateada é sobre autonomia, qualidade de vida e desejo de viver com intensidade. O turismo se reinventa com pacotes personalizados, os serviços financeiros precisam acompanhar a longevidade com inteligência
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 18-02-2025: Semana do Envelhecimento Ativo e Saudável leva vários idosos com varias atividades fisicas no CFO. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo) (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 18-02-2025: Semana do Envelhecimento Ativo e Saudável leva vários idosos com varias atividades fisicas no CFO. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)

Já passou da hora de enxergarmos os 50+ com as lentes do futuro - e não do passado. A chamada economia prateada - termo alusivo aos cabelos grisalhos -, que movimenta mais de R$ 2 trilhões por ano no Brasil, não é um fenômeno marginal: é o novo centro do consumo. Em um país onde 30% da população terá mais de 60 anos até 2050, ainda tratamos o envelhecimento como exceção - e não como a regra que já começou a nos reger.

Falo com propriedade. Faço parte dessa geração. Tenho mais de 50 e sei bem o que é estar no radar do consumo, mas fora da narrativa. Somos ativos, produtivos, conectados, exigentes. Mas o mercado ainda insiste em falar conosco como se estivéssemos numa fila de espera para a aposentadoria - ou para a irrelevância. Nada mais ultrapassado.

A economia prateada é sobre autonomia, qualidade de vida e desejo de viver com intensidade. O setor de tecnologia assistiva cresce, o turismo se reinventa com pacotes personalizados, os serviços financeiros precisam acompanhar a longevidade com inteligência. Ainda assim, o Brasil não está preparado. As políticas públicas são tímidas, a infraestrutura urbana é excludente, e o preconceito etário continua sendo o grande elefante na sala.

Ignorar essa realidade tem consequências sociais graves. Quando não se investe em inclusão, se amplia a desigualdade. Quando se fala em envelhecimento apenas como problema, se perde a chance de gerar soluções. E quando se despreza o potencial dos 50+, se joga fora uma das maiores oportunidades de inovação da história recente.

O Brasil precisa de políticas mais robustas, de educação sobre envelhecimento, de ambientes urbanos mais acessíveis, de trabalho intergeracional. Mas também precisa - e urgente - que marcas, líderes e empreendedores parem de enxergar a maturidade como um fim, e comecem a tratá-la como o novo começo.

A revolução prateada já está acontecendo. E eu estou dentro dela. A pergunta é: você está pronto para sair do piloto automático e criar para esse novo tempo?

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