Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
A pesquisa Datafolha que acabamos de publicar, contratada pelo Grupo de Comunicação O POVO, espalha boas e más notícias para os dois lados do segundo turno em Fortaleza e, na essência, confirma que será uma campanha que as mobilizações de reta final determinarão quem deve chegar na frente dia 27 próximo, que é quando importa de verdade.
Nenhum dos dois, André Fernandes (PL) ou Evandro Leitão (PT) está autorizado pelos números a vender otimismo na base do "já ganhou" ou exalar pessimismo nos termos de um "já perdeu". O empate não é numérico, neste caso, mas é evidente.
A má notícia para André Fernandes é que o significativo número de apoios que conquistou para sua campanha na passagem do primeiro para o segundo turno, trazendo o Capitão Wagner, Roberto Cláudio, a maior parte dos vereadores pedetistas, por exemplo, não lhe permitiu desgarrar-se de Evandro Leitão, abrir vantagem.
Uma diferença maior a favor dele deveria aparecer entre uma pesquisa e outra das duas que o Datafolha realizou nessa nova etapa e isso não aconteceu, o que permite entender que de alguma forma o efeito das adesões, reconhecidamente fortes, pode ter sido menor do que o esperado.
Evandro Leitão, que imagino inicialmente aliviado com a situação apontada pelo Datafolha, diante das situações apontadas acima, precisa refazer suas contas de qualquer forma, porque entendia-se como natural que uma parte boa dos votos direcionados a Sarto no primeiro turno tenderia a ser antibolsonarista agora.
Não é certo que assim seja diante do movimento feito pelas principais lideranças locais pedetistas, abraçando-se a André Fernandes, com tudo de estranho que a opção gere.
Os números das pesquisas, pode-se dizer, captam algo que é perceptível ao olho humano, quando há disposição para enxergar além dos limites que a simpatia de cada um determina. O equívoco de um lado ou outro de projetar vitória com base no ânimo que encontre no ato de que participe, e em ambos há eventos de sobra capazes de gerar tal sentimento, pode ser determinante para o fracasso ou o sucesso, porque se fechar numa bolha e entender que o mundo está resumido a ela representará não enxergar a diferença que deve aparecer nas urnas.
Pelo desenho projetado que há disponível, diferença pequena.
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