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Partido ou federação, a mesma bagunça
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Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).

Partido ou federação, a mesma bagunça

A federação anunciada faz nascer uma estrutura político-partidário tão forte quanto falsa. Duvido que quem a lidere seja capaz de entregar, à oposição ou ao governo, a totalidade dos 109 votos na Câmara e dos 14 no Senado
Brasília - Funcionários do Judiciário fazem manifestação em frente à entrada do Plenário Ulisses Guimarães, na Câmara dos Deputados (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil) (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil Brasília - Funcionários do Judiciário fazem manifestação em frente à entrada do Plenário Ulisses Guimarães, na Câmara dos Deputados (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Há quem considere que a recente federação partidária acertada entre União Brasil e PP cria um ambiente ainda mais problemático para o governo Lula no cenário político, especialmente no Congresso. Uma conclusão que tem fundamentos lógicos, suficiente para fazê-la respeitada, não considero que esteja desenhado assim com tanta clareza. Minha aposta singela é que, na verdade, pouca coisa muda com o movimento.

Diga-se, uma situação que nem de longe representa uma boa notícia para o Palácio do Planalto. O conveniente para ele seria dispor de uma base confiável, organizada em blocos definidos, o que não acontecia lidando com UB e PP, antes, e não se configurará no novo contexto da entrada da tal federação.

A bagunça seguirá a mesma e os parlamentares ligados às duas siglas identificados com a base de apoio continuarão votando com o governo, da mesma forma que os que optaram por ser oposição nela permanecerão.

A federação anunciada faz nascer uma estrutura político-partidário tão forte quanto falsa. Duvido que quem a lidere, seja quem for, se demonstre capaz de entregar, à oposição ou ao governo, quando votações acontecerem no Congresso, a totalidade dos 109 votos na Câmara e o apoio dos 14 representantes que (no papel e nas telas digitais) a bancada passará a ter no Senado. Nem vou falar de 1.4 mil prefeitos ou de 6 governadores.

A vergonhosa tolerância para que cada um se comporte de acordo com seu interesse não sofrerá um mísero arranhão, porque o acordo partidário tem como objetivo quase único, a partir dos números extraordinários de bancadas parlamentares que fabrica, garantir acesso a um volume estratosférico de fundos financeiros, partidário e eleitoral. Coisa, na projeção feita para 2026, próxima de R$ 1,2 bilhão.

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