Advogado, pós-graduado em Processo Penal e mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza (Unifor). É professor do Centro Universitário Estácio/Ceará e da Universidade Sete de Setembro (Uni7). Fundador do escritório Hélio Leitão e Pragmácio Advogados
A cidade da capital baiana, suas ladeiras, o casario antigo, sua magia, cores e contrastes, descobri ainda adolescente, pelas páginas dos romances de Jorge Amado
Foto: Divulgação
Igreja do Senhor do Bonfim
Estive mais uma vez, não faz muito, em Salvador, das capitais nordestinas de longe a minha preferida. A cidade, suas ladeiras, o casario antigo, sua magia, cores e contrastes, descobri ainda adolescente, pelas páginas dos romances de Jorge Amado. Desta vez, contudo, foi um bocado diferente. Percorri a metrópole guiado pelas mãos generosas do amigo Luiz Coutinho, um dos mais acreditados advogados baianos e, como eu, um apaixonado pela cidade.
Começamos cedo da manhã, manhã de muito sol e céu aberto. A primeira parada foi na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, uma bela igreja de fachada em estilo neoclássico e interior barroco, situada no sopé da montanha que serve de ligação entre a cidade Alta e a cidade Baixa, cuja construção remonta ao ano de 1739. Ao entrarmos, demos logo de cara com um padre que acabava de dizer a missa.
Figura simpática, de meia idade, barba grisalha bem cortada em rosto anguloso. Aspergiu-nos água benta em boa quantidade, desejando-nos paz. Pareceu-me um bom presságio para o dia de visitas que iniciava.
Quis rever o Mercado Modelo, na antiga Casa da Alfândega, construída sob o reinado de Dom Pedro II, logo em frente ao icônico Elevador Lacerda. Demoramos pouco por lá. Como era cedo, as lojinhas e quiosques ainda estavam por abrir. Tentamos ir aos subterrâneos do mercado, local em que eram comercializados os negros escravizados - pelo menos é o que dizem, ainda que sem qualquer comprovação histórica. Não conseguimos, a porta de acesso estava trancada. Talvez não tenha sido de todo mal, pois o local, palco de dores e sofrimentos, seria mal-assombrado e, cá para nós, não me dou lá muito bem com essas coisas do além.
Demandamos rumo da Basílica do Senhor do Bonfim, ponto obrigatório de visitação e compra daquelas fitinhas coloridas. A meio caminho nosso anfitrião nos chama a atenção para local em que foi gravada cena de "Dona Flor e Seus Dois Maridos", filme dirigido por Bruno Barreto, inspirado na obra homônima de Jorge. Demoramo-nos pouco na Basílica.
Saio com a sensação de que a escadaria onde se dá a famosa "Lavagem do Bonfim", não é tão grande quanto parece a quem vê pela TV. Desta vez contei. Dez degraus.
Saciei o antigo desejo de conhecer o santuário de irmã Dulce, a santa dos pobres. Chegamos a tempo de assistir a um restinho da missa. Impressiona o volume de sua obra social. Um exemplo para a humanidade. Fiz alguns pedidos à santa, vai que ela me atende...
Terminamos o passeio em grande estilo. Visita à Ilha dos Frades, assim chamada por que, segundo se diz à boca pequena, dois frades que foram dar por aquelas bandas, ainda nos tempos coloniais, não tiveram bem compreendida sua missão catequética, acabando mortos por índios tupinambás que habitavam o local. Vista deslumbrante da Baía de Todos os Santos e almoço que entrou pela tarde, coisa para Pantagruel nenhum botar defeito, com direito a acarajé, claro, que sem ele a Bahia não seria a Bahia.
Foi assim a minha última visita a Salvador. Quando for por lá outra vez, o que espero que seja em breve, volto e conto tudo aqui de novo
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