Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o deputado estadual Evandro Leitão somou 118 delegados, de um total de 200, para o encontro do PT no próximo domingo, 21. Nesse dia, o colegiado escolhido no voto pelo partido define o nome do representante da sigla na disputa pela Prefeitura de Fortaleza em 2024. A coluna apurou que, mesmo com vantagem numérica, o grupo de Evandro trabalha para chegar aos 140 delegados, o que lhe daria cerca de 70% dos apoios possíveis, ficando de fora apenas os indicados pela também pré-candidata e deputada federal Luizianne Lins. No processo, a ex-prefeita obteve 58 delegados.
Matemática da corrida
O bloco "evandrista" já contabiliza inclusive a adesão dos deputados estaduais Guilherme Sampaio (20 delegados) e Larissa Gaspar (4 delegados). Caso a hipótese se confirme, o chefe do Legislativo construiria uma maioria robusta, bastante acima do patamar alcançado por ele de 118 nomes.
Às vésperas, mas sem consenso
A estratégia da "maioria sólida" tem sido preparada a muitas mãos, no entorno de Evandro, como antídoto contra a dissidência que Luizianne deve sustentar. Como a coluna antecipou, a petista vai se manter no páreo, sem indicativo de composição e alegando interferência externa como cartada para não abraçar a campanha. Daí que os apoios de Guilherme e Larissa sejam estratégicos para neutralizar esse discurso internamente, fortalecendo o neopetista na queda de braço.
Entendimento possível?
Para alguns filiados, contudo, o entendimento ainda não está descartado. Dirigente municipal da sigla em Fortaleza, Guilherme Sampaio afirmou à coluna que essa costura de consenso "dependerá da disposição das correntes e dos pré-candidatos de seguirem dialogando nessa perspectiva".
Câmeras no apartamento
A Polícia Civil de Brasília descobriu que o apartamento onde estava se hospedando a deputada federal Dayany Bittencourt (União Brasil-CE) era monitorado internamente por quatro câmeras clandestinas, uma delas dentro do banheiro. Casada com Capitão Wagner (União), a parlamentar acionou, ainda em agosto do ano passado, as autoridades locais, que abriram um inquérito para apurar a autoria de possível crime.
Polícia investiga
O trabalho dos agentes já identificou os suspeitos tanto de instalar as câmeras quanto de ordenar que os equipamentos fossem montados para eventualmente revelar a intimidade da deputada. À coluna, Capitão Wagner confirmou a informação. Por nota, Dayany se mostrou consternada diante do que considera como uma "violação de sua privacidade".
O que dizem os laudos
A coluna teve acesso ao inquérito e aos laudos. Neles, peritos do Distrito Federal informam que as câmeras instaladas no apartamento 2053 do bloco B do Golden Tulip, em Brasília, estavam localizadas no quarto/cama, no armário/entrada do banheiro e na sala/cozinha. Um último dispositivo não pode ser identificado. Em despacho de 8/4, o delegado Bruno Dias Galvão Cavalcanti requereu urgência no processo, "tendo em vista a sensibilidade do caso e devido às pessoas envolvidas".
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